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1. No domingo de Páscoa, morreu-nos o presidente da câmara de Viseu. Três dias depois, na quarta-feira de Pascoela, faleceu-nos Jorge Coelho.
Foi uma semana de desgraça, malapata, azar, enguiço, desdita, infortúnio, estabaco, revés, desaire, soçobreta, vicissitude, tragédia, mau-olhado, tribulação, catástrofe, infelicidade, quebranto, inquietação, caruara, má-hora, estupor, desarranjo, maldição, avaria, adversidade, disfunção, assombração, pasmo, angústia, má-sorte.
A cidade e a região estão comovidas e abaladas.
Nos últimos anos, António Almeida Henriques e Jorge Coelho empenharam-se na defesa de políticas para o interior.
Como eles, mas mais à bruta do que eles, aqui se continuará a sua luta contra a sobranceria e o egoísmo centralista, contra a política lisboeta que parte e reparte e fica sempre com a maior e a melhor parte.
Eram ambos leitores atentos desta coluna. Deixo aqui um abraço solidário às duas famílias enlutadas.
2. Para esta semana ser uma desgraça completa, só falta o juiz Ivo Rosa lançar uma dose generosa de detergente branqueador para cima do processo Marquês. Isso pode acontecer.
A divulgação da decisão do “juiz dos poderosos” — assim o designa, ou designava, o Correio da Manhã — está a acontecer no exacto momento em que estou a escrever estas linhas.
Depois de longos minutos a ouvir o juiz a justificar o atraso da sua decisão, não vou esperar que o magistrado acabe de ler a resma de papéis que tem à frente.
Já se percebeu que este processo — que se arrasta há seis anos e meio — vai continuar a ser empaliado na nossa dita “justiça”. Até dois mil e trinta? Dois mil e trinta e cinco?
Haja saúde. Tempo é coisa que não nos vai faltar para podermos apreciar as caracolices deste processo e de outros similares que envolvem vips e corrupção.
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Carolina Ramalho dos Santos
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Amnistia Internacional