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Aproximar ou afastar as gerações?

 Aproximar ou afastar as gerações?
21.10.22
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 Aproximar ou afastar as gerações?

Há uma experiência na minha vida profissional, faz já alguns anos, mas que recordo sempre que penso nas juventudes partidárias. Aconteceu numa das nossas maiores empresas! Durante muitos anos não tinha admitido novos quadros com a perspetiva de poderem vir a ser os futuros diretores. Um dia perceberam que esses diretores estavam envelhecidos e demasiado agarrados aos velhos processos. Toca o alarme e vão buscar ao mercado de trabalho aquilo a que chamavam “jovens de elevado potencial”. O erro foi que esses jovens eram colocados na dependência dos velhos diretores que lhes transmitiam a sua cultura, visão e forma de fazer as coisas. Passado algum tempo os jovens eram iguais aos mais velhos. Foi aí que teve que se encontrar outra solução. As novas admissões com os tais talentos, teriam que ser acompanhadas por mentores e nunca pelos velhos diretores. Esses talentos passavam por experiências de subordinação e liderança difíceis, entre grupos conflituosos e outros muito motivados…Enfim, por dificuldades diferentes e até provarem poder ser líderes. A experiência resultou, a empresa arejou e inovou-se!

Quando olho hoje para os partidos políticos vejo este mesmo problema! Os jovens que militam nas juventudes partidárias ouvem e estão demasiado influenciados pelas velhas raposas do partido. Acontece na militância, nas escolas de verão ou academias. Ouvem orgulhosas experiências passadas e promessas de um futuro brilhante. É evidente que beberão algo de útil, mas um número maior de vícios. As juventudes partidárias envelhecem demasiado cedo, ficam agarradas ao aparelho e sempre na ânsia de um confortável cargo no Estado, Ministério, Assessor, Assembleia. O Sistema Político não evoluirá neste modelo e a política partidária, como se vê, será uma repetição dos mesmos erros. Seria preciso encontrar outro tipo de mentores, fomentar experiências que os aproximem da realidade e da prestação de serviço ás comunidades.

As juventudes partidárias precisam crescer com experiências difíceis e contraditórias e de trabalhar nas férias em Juntas de Freguesia, Autarquias, Hospitais, Serviços Sociais, Forças Armadas e Policiais…Experiências onde possam ver, sentir, criar um juízo critico e pensar em novas soluções. É preciso investir na juventude partidária, nos mais talentosos, naqueles a quem chamam de “High Flyers”, os que podem voar mais alto…Mas o seu curriculum deve incluir este tipo de experiências…

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