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A artrose da anca (coxartrose) é uma condição degenerativa que afeta a articulação entre o fémur e a bacia. Ela ocorre quando a cartilagem que reveste as superfícies articulares se desgasta. É mais comum em pessoas com mais de 50 anos, mas também pode afetar os mais jovens, em consequência de lesões traumáticas, anomalias congénitas ou predisposição genética.
Atinge 10 a 20% da população após os 60 anos, tendo maior incidência nos homens até aos 45 anos e nas mulheres após esta idade. Entre os fatores de risco mais comuns para o seu aparecimento está a idade avançada: é natural haver desgaste da cartilagem com o envelhecimento. A capacidade de regeneração da cartilagem diminui, o que resulta no enfraquecimento e desaparecimento da camada protetora da articulação.
Outros fatores de risco importantes incluem o sedentarismo, o excesso de peso, os traumatismos, as doenças inflamatórias articulares bem como as patologias que deformam a articulação da anca provocando o seu desgaste precoce.
O sintoma principal é a dor referida à anca (região da virilha), podendo irradiar para a nádega, para a face anterior da coxa ou, por vezes, ser referida como uma dor no joelho.
Com o tempo, a dor pode intensificar-se e ocorrer durante atividades quotidianas e, numa fase mais avançada, mesmo em repouso.
A rigidez é frequente, tornando difíceis tarefas simples como calçar meias ou apertar os atacadores, agachar ou cruzar as pernas.
Nas fases tardias da doença, com progressivo desgaste e colapso da cabeça femoral pode ocorrer o encurtamento do membro, o que agrava a claudicação (coxear).
É importante não ignorar os sintomas. O diagnóstico da artrose da anca é baseado na avaliação clínica e nos exames de imagem que permitem avaliar o grau de evolução da doença. O tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a função. Em estadios iniciais, as opções de tratamento conservador podem ser suficientes, como mudança no estilo de vida, controlo do peso, exercício físico regular e evitar atividades de impacto; analgésicos/anti-inflamatórios; fisioterapia/exercícios de fortalecimento muscular e alongamentos; e uso de bengalas, canadianas, andarilhos.
Em casos mais avançados, pode ser necessária a realização de uma cirurgia, que pode passar por: artroscopia, para reparação de lesões intra-articulares); osteotomia, cirurgia para realinhar a articulação e aliviar a pressão sobre a área danificada; ou artroplastia (colocação de prótese), o gold standard no tratamento da artrose da anca. A constante evolução e melhoria nas técnicas e performances cirúrgicas e o uso de novos materiais biocompatíveis, que permitem melhor fixação e maior resistência ao desgaste, têm aumentado o grau de segurança e os excelentes resultados da artroplastia da anca. Esta é uma das cirurgias mais frequentemente realizadas em todo o mundo.
José António Gomes, Ortopedista no Hospital CUF Viseu
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