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Está muito complicada a tomada de decisão do PSD sobre o candidato à Câmara Municipal de Viseu, por isso impõe-se a velha máxima: “quid juris” Rui Rio?
A enfrentar uma fase de grande contestação interna e de forte queda nas sondagens eleitorais, e sendo Viseu o último bastião social-democrata nas capitais de distrito, onde o PS nunca conseguiu assumir a liderança do município, a escolha de Rui Rio sobre o candidato a esta autarquia é de capital importância para o partido, para o futuro do seu líder nacional, mas também para o futuro político dos lideres distritais e concelhios do PSD.
Já o PS, com António Costa a assumir de forma pessoal a escolha de João Azevedo para candidato à autarquia, parece que, finalmente, definiu uma estratégia para Viseu que poderá ser vencedora no combate político que se aproxima, o que faz tremer ainda mais a confiança do PSD nos seus líderes e autarcas.
Assiste-se nesta altura a um total “desgoverno” e “desunião” nas hostes do PSD que poderá causar a MUDANÇA nos destinos da autarquia Viseense.
Sucedem-se sondagens e mais sondagens internas, para procurar justificar a escolha que venha a ser tomada.
De um lado temos Fernando Ruas, atual deputado na Assembleia da República, que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal de Viseu entre 1989 e 2013, significando esta potencial candidatura aquilo que muitos militantes do PSD designam por “regresso ao passado”.
É desconhecida a vontade de Fernando Ruas, sendo que o mesmo poderá entender já não querer retomar este combate político, de onde já saiu há quase 10 anos.
Do outro apresenta-se João Paulo Gouveia, recentemente nomeado vice-presidente da autarquia e vereador da Câmara Municipal de Viseu desde 2013, que vê na sua candidatura a única solução para o caminho político pessoal que pretende desenvolver no concelho, mostrando-se muito ativo por Viseu na ânsia de procurar convencer o seu nome junto de Rui Rio (- parte em desvantagem, uma vez que o seu nome não encontra correspondência popular nas sondagens realizadas).
Mas joga-se mais no PSD.
A acompanhar Fernando Ruas temos o seu fiel protegido Pedro Alves, deputado e presidente da distrital do PSD, que vê o seu futuro político assegurado como eventual vice-presidente da autarquia, acalentando esperança numa rápida sucessão a Fernando Ruas.
Politicamente, Pedro Alves também não está bem colocado no PSD, fruto dos maus resultados alcançados pelos social-democratas no distrito e, em particular, no concelho de Viseu, nas últimas eleições legislativas (onde o PS conseguiu o melhor resultado de sempre, ficando atrás do PSD apenas por 3.000 votos) e nas eleições europeias realizadas em maio de 2019 (- onde o PS venceu pela primeira vez neste concelho, numa candidatura que tinha como mandatário distrital João Azevedo).
Com João Paulo Gouveia reaparece Guilherme Almeida, antigo vereador na autarquia com Fernando Ruas e Almeida Henriques, mas subitamente afastado por este último da vereação em 2017.
Guilherme Almeida vê na candidatura de João Paulo Gouveia a possibilidade de voltar à ribalta política.
Mas ainda há mais nesta novela autárquica – a “terceira via” recentemente protagonizada por Jorge Sobrado, actual vereador não executivo da Câmara Municipal, que foi vereador da Cultura e Ciência, Património, Turismo e Marketing Territorial do Município de Viseu entre Outubro de 2017 e Fevereiro de 2021 e foi ainda gestor da Feira de São Mateus entre 2016 e 2021.
O nome de Jorge Sobrado não conta para nenhum dos potenciais candidatos do PSD, mas, granjeando de um enorme reconhecimento público em Viseu, designadamente nas áreas cultural e associativa, vem sendo “empurrado” para uma eventual candidatura independente, através dos signatários da “Carta da Primavera”, fundadores do movimento VISEU AGORA.
Do lado do PS está João Azevedo, atual deputado na Assembleia da República, um dos mais qualificados autarcas do partido socialista, que se propõe implementar em Viseu a experiência acumulada de 10 anos de presidência da Câmara Municipal de Mangualde.
Do lado do PS a aposta em Viseu é muito forte, como o traduzem as obras no IP3, as recentes soluções apresentadas para voltarmos a ter ferrovia em Viseu, a ampliação do bloco de urgência (já a decorrer) e a construção do centro oncológico no Hospital Central Tondela Viseu (CHTV).
O combate político está assim ao rubro, sentindo-se, portanto, o (des)governo actual do PSD em Viseu.
Por esse motivo, QUID JURIS RUI RIO ?
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