Três estações de tratamento de águas residuais do concelho de Mortágua estarão a fazer descargas ilegais de esgotos para as ribeiras da Fraga e da Marmeleira. A denúncia é feita pelo Bloco de Esquerda, que alega o mau funcionamento das estruturas de Vila Meã, do Vale Borregão e de Caparrosa.
As queixas foram apresentadas ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR e à Agência Portuguesa do Ambiente.
A porta-voz do Bloco em Mortágua, Ana Pardal, refere que o partido recebeu “denúncias anónimas já no verão passado” e foi perceber o que se passava nas ETAR.
“Reparámos que não estavam a dar tratamento à quantidade de esgotos produzida e que os esgotos iam passar aos rios e, consequentemente, ao consumo da água”, diz.
Após a apresentação das queixas às autoridades, Ana Pardal espera que as ETAR façam o devido tratamento das águas residuais.
Em resposta aos bloquistas, o presidente da Câmara de Mortágua, Júlio Norte, garante que as ETAR estão licenciadas e a funcionar bem. O autarca desvaloriza as denúncias e diz mesmo que não conhece o Bloco de Esquerda.
Júlio Norte afirma ainda que a Câmara investiu recentemente cerca de 250 mil euros na ETAR de Vila Meã que “entrou agora em funcionamento e é uma instalação que muito nos orgulha”.
“Relativamente às duas outras ETAR, não reconheço qualquer autoridade moral ou competência para pôr em causa. Não sei se é do ciclo eleitoral e não sei quem é a pessoa, mas as pessoas têm de ser frontais. Se essa cidadã sabe o que quer dizer a palavra cidadania, vinha à Câmara ou dirigia-se aos serviços e, se notasse alguma irregularidade, era isso que deveria fazer e não ir ao Facebook com essas histórias todas porque isso não resolve o problema”, diz.
