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A espera das ambulâncias nos hospitais tem sido uma constante de norte a sul do país. Em Viseu, são vários os relatos de bombeiros retidos várias horas no hospital, ao Jornal do Centro um operacional chegou a dar conta de mais de 20 ambulâncias à espera para atendimento.
Os constrangimentos levaram a Liga de Bombeiros Portugueses a tomar medidas e, a partir desta quarta-feira, se não forem conhecidas soluções, as corporações vão começar a cobrar aos hospitais o tempo de espera. Assim, por cada duas horas após a primeira hora são aplicados 50 euros, no segundo bloco de duas horas 100 euros, no terceiro bloco de duas horas 150 euros e depois 150 euros por cada duas além dessas.
“É um problema que tem afetado toda a estrutura nacional. Em Viseu temos sentido bastantes constrangimentos no hospital na espera das macas. Isto é um problema e é complicado, porque muitas das corporações trabalham com os voluntários à noite, que ficam retidos e precisam de ir para os seus trabalhos”, lamentou Fernando Farreca, da Liga dos Bombeiros e comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades.
Segundo o operacional, a decisão da Liga não vai resolver os problemas, mas “é preciso começar por algum lado e fazer alguma coisa”.
“Isto não vem resolver problema nenhum, é só uma tentativa de resolver na questão da libertação das macas, para que o meio fique disponível. Não podemos ser o parente pobre disto tudo. Assistimos a partos em quartos dos bombeiros, doentes deitados no chão de hospitais, doentes a morrer nas macas… Não podemos compactuar com estas situações”, disse.
Esta manhã a Liga de Bombeiros Portugueses vai reunir com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde e espera-se que possa haver um “compromisso do cumprimentos dos tempos que estão estipulados, que é uma hora”. Caso isso não aconteça, reforça Fernando Farreca, “a decisão da Liga é para avançar”.
Já o presidente da Liga disse em declarações à Lusa que admitiu que a decisão não vai resolver o problema, mas defende que não podem ser os bombeiros “a subsidiar o mau funcionamento dos hospitais perante uma situação que se está a agravar”.
Antunes Nunes salientou que ao final de uma hora “não há razão nenhuma para não ser devolvida a maca e a ambulância esteja parada no estacionamento à espera da maca”.
Se os hospitais não quiserem ressarcir os bombeiros das despesas, António Nunes avisou que poderá haver um endurecimento das medidas como “não retirar doentes com alta dos hospitais”.
“Certamente o hospital vai pensar duas vezes. Por exemplo, na semana passada em Coimbra houve cerca de 18 ambulâncias paradas durante mais de 20 horas”, realçou o dirigente.
O presidente da Liga reconheceu que “sempre houve retenções das macas”, mas o problema já tinha sido levantado.
“Já tínhamos levantado este problema. Uma das hipóteses era obrigar os hospitais a pagar estas despesas adicionais que ninguém nos paga. Para tentar forçar as administrações a encontrar uma solução”, afirmou António Nunes.
O dirigente salienta que a situação “é muito complicada para as associações humanitárias e está “a criar três tipos de problemas aos bombeiros”.
“Um problema de gestão de pessoal, de gestão de meios e viaturas e agudizar o socorro às comunidades. Estamos em Gouveia, se as ambulâncias saírem daqui e não houver ambulância tem de vir outras ambulâncias vizinhas, se estiverem disponíveis”, disse.
António Nunes sublinhou ainda que “as ambulâncias são oferecidas pelas comunidades para servir as populações”.