A Escola de Cães-Guia de Mortágua vai apresentar esta segunda-feira a nova edição do projeto “Estou Cãotigo”, que pretende combater a solidão dos idosos de duas instituições do concelho recorrendo aos cães treinados pela escola.
Depois da fase piloto que arrancou em 2019, o objetivo passa agora por dar continuidade a esta iniciativa e consolidá-la na comunidade local.
O projeto “Estou Cãotigo” constitui “uma resposta social inovadora e inclusiva, ajudando a prevenir ou a reduzir situações de fragilidade e isolamento dos idosos, melhorando a sua qualidade de vida”, defende a Câmara de Mortágua, que apoia a iniciativa.
A ação consiste na intervenção assistida por parte destes animais junto dos utentes da Santa Casa da Misericórdia de Mortágua e da Fundação Centro Balmar que estejam institucionalizados ou com apoio domiciliário, “com vista ao seu estímulo cognitivo, emocional e motor, promovendo, dessa forma, a manutenção dos seus índices de bem-estar e de qualidade de vida”.
“O foco é o idoso, as suas necessidades e capacidades, promovendo-se a intervenção do cão como elemento facilitador de toda a interação e desenvolvimento da intervenção junto da pessoa idosa”, acrescenta em comunicado.
Após ter concluído um projeto inicial em 2019, a Escola de Cães-Guia de Mortágua ficou com a sua equipa técnica capacitada e habilitada a promover e executar outro tipo de intervenções com os cães, além da especialidade de cães-guia para cegos que desenvolve há 24 anos.
O “Estou Cãotigo” teve uma fase experimental nas valências da Santa Casa da Misericórdia de Mortágua e Centro Balmar, com um “sucesso assinalável” e “uma avaliação muito positiva” por parte das instituições relativamente ao seu impacto na vida dos idosos. Durante a pandemia da Covid-19, vários utentes puderam também usufruir deste apoio no seu domicílio, minimizando o seu isolamento social.
O “Estou Cãotigo” surgiu após ter-se constatado que havia “um número significativo de cães que não são aproveitados integralmente para a função de cães-guia mas podem ser reencaminhados para outras tarefas, servindo para atividades terapêuticas e sociais, como a companhia aos idosos”, explica a Câmara.
O alargamento da atividade a esta resposta social permite ainda à Escola de Cães-Guia uma maior sustentabilidade em termos de otimização dos seus recursos humanos e a nível financeiro, já que a associação que a gere (Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual) não dispõe de recursos próprios.
“Agora pretende-se dar continuidade e consolidar o projeto na comunidade local”, acrescenta a autarquia de Mortágua.
O projeto da Escola de Cães-Guia recebeu financiamento dos prémios Caixa Social da Caixa Geral de Depósitos e BPI Capacitar e foi ainda Escola de cães-guia de Mortágua vence prémio de envelhecimento ativo, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
