A Câmara de Viseu abriu esta quarta-feira (11 de outubro) a hasta pública para arrendar oito Viseu: Regulamento para espaços de restauração no Mercado 2 de Maio em fase final, cujas obras de requalificação estão na reta final.
O arrendamento é válido para três anos e os interessados devem enviar as propostas até 13 de novembro. A nova praça de restauração vai ser um dos pontos de interesse do novo Mercado 2 de Maio, no centro histórico da cidade.
Segundo o município, os espaços variam entre os 19,20 e os 87,30 metros quadrados de área e estão “maioritariamente situados no piso inferior do Mercado”.
Estes espaços serão arrendados “sem quaisquer tipo de equipamentos, sendo a aquisição destes da responsabilidade dos futuros arrendatários, assim como as respetivas celebrações de contratos de luz, gás ou comunicações eletrónicas, e também a decoração interior”, acrescenta.
Nos espaços exteriores de esplanada, dos pisos inferior e superior, estes irão receber “mobiliário urbano uniforme, a fornecer pelo Município de Viseu”, mas os proprietários têm liberdade para criar “vários ambientes, com proteção visual entre si”. Mesmo assim, o projeto deve ser previamente aprovado pela autarquia.
“A ideia será criar uma identidade para o Mercado 2 de Maio que seja uniforme, visualmente apelativa e sustentável do ponto de vista dos materiais e equipamentos utilizados”, refere a Câmara em comunicado.
O presidente Fernando Ruas promete que, depois das obras no Mercado, os espaços comerciais vão ser devolvidos “a todos aqueles que previamente aqui tinham os seus negócios e manifestaram interesse em retomar”.
“Para além disto, iremos agora explorar as potencialidades desta infraestrutura, nomeadamente com a instalação de uma Praça de Restauração. Queremos que o Mercado 2 de Maio, pela sua centralidade, seja um espaço promotor da gastronomia viseense”, destaca o autarca.
Assim, conclui, serão cumpridos os objetivos de “apoiar projetos e negócios locais, dar resposta às exigências atuais da sociedade, com a disponibilização de uma maior oferta gastronómica, e dinamizar o Centro Histórico”.
A adjudicação será feita segundo o critério da proposta economicamente mais vantajosa, sendo que a Comissão de Abertura e Análise de Propostas terá em conta fatores como a qualidade do projeto de estratégia e restauração e a renda mensal proposta. A estrutura será presidida pelo chef Diogo Rocha, do restaurante Mesa de Lemos.
As propostas devem ser enviadas até às 16h00 de 13 de novembro, no acolhimento dos Paços do Concelho ou via correio, sob registo e com aviso de receção. A abertura e análise de propostas será realizada em ato público no dia seguinte.
Um projeto que Ruas herdou de Almeida Henriques e que gerou polémica
A requalificação do Mercado 2 de Maio foi um projeto de Almeida Henriques, antecessor de Fernando Ruas, que motivou em 2021 a contestação de dirigentes culturais, historiadores e arquitetos.
Numa carta aberta, nomes como Eduardo Souto de Moura, João Luís Carrilho da Graça, José Mateus, Nuno Sampaio, André Tavares e Francisco Keil Amaral exigiram a Almeida Henriques a revogação da decisão de executar o projeto de alteração e cobertura do Mercado 2 de Maio.
Os signatários consideravam que o projeto de cobertura constituía “um grave e inadmissível atentado patrimonial e urbanístico”, referindo que, “num desrespeito despudorado pelo trabalho autoral e pelo património da cidade”, o executivo camarário “ignorou os arquitetos Álvaro Siza e António Madureira, autores do projeto executado nos anos 90 do século XX”.
Aquele espaço foi inaugurado em maio de 1879 e sofreu alterações em 1914 e nas décadas de 20, 40, 70 e 90. A mais polémica ocorreu entre 2000 e 2002, quando deixou de ter a utilização de mercado municipal.
A obra em curso – que contempla a cobertura, a reabilitação de lojas e respetivos telhados e a instalação de sistema de climatização – representava inicialmente um investimento global de 4,3 milhões de euros, mas o valor já terá aumentado.
No final de setembro, Fernando Ruas tinha adiantado que as obras Requalificação do Mercado 2 de Maio em Viseu concluída a 9 de outubro (9 de outubro).
