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O presidente da Câmara de Viseu anunciou que o regulamento dos apoios municipais aos clubes desportivos, na área da formação, será revisto para “acabar com diferenças” e obrigar à prestação de contas das coletividades. A revisão do regulamento deverá ter efeito a partir da época 2023/24.
“Nós queremos comprovar o número de utentes e acertar alguns critérios, porque há critérios em que não estamos de acordo” assumiu Fernando Ruas, em declarações aos jornalistas, no final da reunião do executivo municipal de Viseu.
O assunto voltou a estar na ordem do dia com a aprovação de mais contratos-programa, altura em que os vereadores do PS apontaram a “suposta nova análise” de ter como consequência a criação de uma “instabilidade” no movimento associativo do concelho. Isto porque, sublinharam, “com a época já terminada para a maioria dos clubes, o valor financeiro de apoio para alguns não corresponde ao que foi atribuído em anos anteriores”.
“Os clubes não têm conhecimento de quais os critérios de análise. Não é um processo transparente em que as regras são claras, objetivas e bem definidas. O que transparece é que o apoio é concedido de acordo com o entendimento das regras estabelecidas para cada ano, de acordo com o poder discricionário que a autarquia terá”, sustentaram.
Já Fernando Ruas destacou que “a Câmara não é responsável, mas tem obrigação de ajudar na formação desportiva dos jovens” e que essa formação não pode ser escolhida em função da modalidade.
“Não tenho de dizer a um jovem que a Câmara o apoia se for jogar futebol, mas apoia menos se for jogar outra coisa. Parto do princípio de que os princípios da formação desportiva estão em todas as modalidades”, defendeu.
No seu entender, não se pode “impor uma modalidade em função de outra” e, por isso, os critérios do regulamento “vão ser revistos” para que a autarquia possa “pagar exatamente a mesma coisa por um jovem que jogue xadrez ou um que jogue futebol”.
A formação maior ou menor dos treinadores também é um critério que “tem de ser revisto”, assim como o apoio “em mais 50% só porque tem meninas” a praticar desporto, o que é “desprestigiante”, sustentou.
Outra preocupação em relação ao atual regulamento, o autarca destacou a falta de apresentação das contas dos clubes, tendo em conta os apoios que recebem e os valores que os pais dos praticantes pagam.
“Não estou a pensar em ninguém em concreto, mas um clube que tenha 200 atletas e que cada pai pague 35 euros, como ao que parece quase todos pagam, são sete mil euros por mês. Temos de perceber em que é que é aplicado o dinheiro”, exemplificou.
Isto, porque, se “os campos são da Câmara, a água é a Câmara que paga, ou estão isentos, a luz é a Câmara que paga, onde é que [os clubes] gastam o dinheiro” que os pais pagam, questionou, Apoios vão ser entregues aos clubes de Viseu, mas não basta uma folha excel, avisa Ruas
“Tenho de acautelar os dinheiros que são municipais e também tenho de acabar com uma coisa que parece que fez doutrina, mas que tem de acabar, ou seja, eu arranjo um clube, mas a Câmara tem de o suportar. Não”, afirmou.
Para o autarca, “o clube é composto por sócios” e a Câmara “não tem qualquer influência”, nem nos sócios, nem nas escolhas dos treinadores ou nas assembleias gerais das coletividades.
“Então porque é que há de ser a Câmara a suportar todas as despesas de um clube?”, reforçou.
Fernando Ruas disse que o novo regulamento “já vai ter efeitos na próxima época, 2023/24”, e que “só serão concedidos apoios mediante apresentação do número de atletas e formação, a idade, o plano de atividades e as contas – é o mínimo”, sublinhou.
“Não é só na formação, é em tudo, apoios e isenções. São milhares e milhares largos de euros, uns milhares muito grandes, que a Câmara dá todos os anos. Parto do princípio de que são bem aplicados, mas temos de saber, nós também prestamos contas”, reforçou.