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Candidato à Casa do Douro quer medidas para evitar uvas por vindimar

Sérgio Soares, engenheiro agrónomo de Tabuaço, encabeça uma das duas listas candidatas à instituição que vai a votos no dia 21 de dezembro

 Candidato à Casa do Douro quer medidas para evitar uvas por vindimar
26.11.24
Jornal do Centro
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 Candidato à Casa do Douro quer medidas para evitar uvas por vindimar
14.12.24
 Candidato à Casa do Douro quer medidas para evitar uvas por vindimar

O candidato à direção da Casa do Douro, Sérgio Soares, defende medidas que evitem que voltem a ficar uvas por vindimar na região, como a promoção e a produção local de aguardente para incorporar no vinho do Porto.

Ao primeiro ato eleitoral na Casa do Douro, depois de restaurada pelo Parlamento como associação pública de inscrição obrigatória, foram submetidas duas listas para a direção. Sérgio Soares encabeça a Lista A, enquanto a Lista B é liderada por Rui Paredes.

As eleições para a direção e conselho regional da instituição, sediada no Peso da Régua, distrito de Vila Real, acontecem a 21 de dezembro.

Sérgio Soares tem 47 anos, é engenheiro agrónomo e trabalhou na Real Companhia Velha, de onde saiu este ano para se dedicar a um projeto pessoal, o Rumo, que tem sede em Tabuaço e que se dedica à produção e distribuição de vinhos.

À agência Lusa, disse que aceitou o desafio de se candidatar à Casa do Douro para unir e dar voz aos pequenos e médios viticultores desta que é a região demarcada mais antiga e regulamentada do mundo.

Depois de uma vindima marcada por dificuldades de escoamento de uvas e ‘stocks’ de vinho cheios, Sérgio Soares frisou que é preciso “tomar todo o tipo de medidas que impeçam que voltem a ficar uvas por vindimar na região”.

“Uma é a promoção. Temos que promover o nosso vinho. Temos que pôr as pessoas a bebê-lo, a prová-lo e a comprá-lo, porque só assim é que vamos ter rendimento”, elencou.

Na sua opinião, a “promoção deve estar com a Casa do Douro” e “sair da alçada do Orçamento do Estado”, lembrando a cativação de verbas do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), oriundas de taxas pagas pelos viticultores.

Afirmou ainda que o movimento que encabeça – “Devolver o Douro aos pequenos e médios viticultores” – é “cada vez mais contra o arranque de vinha” e apoia “que a aguardente seja exclusivamente da região”.

“Claro que tem que ter estudos que mostrem que é o caminho certo”, advertiu.

A produção de aguardente na região para incorporar no vinho do Porto é reclamada por muitos viticultores do Douro e criticada pelo comércio.

No documento em que apresenta as ideias para estas eleições, disse que se deve “garantir uma utilização crescente de aguardentes provenientes da região para o benefício”, medida que poderá “mitigar o problema resultante da acumulação excessiva de ‘stock’”.

“A região já viveu com aguardente 100% produzida aqui. Hoje em dia temos mais capacidade técnica, mais conhecimento que nos permitirá fazer melhor”, referiu, garantindo que se pretende “defender o rendimento dos pequenos e médios viticultores”.

O movimento apontou à necessidade de “combater a fraude que é vender vinhos como se do Douro fossem, quando não contêm sequer uma uva produzida e processada na região” e defendeu que o Governo deve devolver “os 3,5 milhões de euros que utilizou para dar aos destiladores”, verba que deve ser usada na “tão necessária promoção do vinho”.

Sérgio Soares quer reforçar as atribuições da Casa do Douro, nomeadamente com o cadastro, e ainda apurar a situação patrimonial da instituição, reclamando uma “informação sistematizada sobre o processo de liquidação da Casa do Douro e a entrega do remanescente património”.

“Sabemos que a Casa do Douro do passado não vai voltar a existir, sabemos que não pode voltar a intervir no mercado, não pode influenciar preços, pode é ser um elo de ligação entre todos os intervenientes do mercado”, frisou

O caminho, segundo o documento, “passa eventualmente por indicar preços mínimos obrigatórios”.

E quanto à sede, um edifício histórico que está degradado, Sérgio Soares quer que “seja um espaço vivo” e que até se possa transformar numa “loja de cidadão para o viticultor” que o ajude a transpor as burocracias.

A 21 de dezembro, cerca de 19 mil viticultores vão ser chamados a votar nas 74 assembleias de voto, espalhadas por 17 círculos eleitorais. O mandato é de três anos.

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