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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
Foi em 2018 que as empresas portuguesas Rodi, Miranda & Irmão e Ciclo Fapril juntaram-se à empresa alemã, Bike Ahead Composites e à taiwanesa Art Collection para criarem o projeto Carbon Team. 8,5 milhões de euros foi o investimento para a criação da fábrica em Vouzela para a produção em massa de quadros de bicicleta em fibra de carbono para toda a Europa.
“99% da produção deste tipo de quadros de carbono é na Ásia, porque precisamos de muita mão de obra”, refere o diretor geral da Carbon Team, Emre Ozgunes.
Com o mercado na Europa, a Carbon Team aposta cada vez mais na qualidade do produto. “Nós somos a primeira empresa na Europa a instalar-se. Fazemos quadros de carbono de alta gama e com a grande capacidade”, salienta. O quadro de fibra de carbono para as bicicletas destaca-se pela sua particularidade: 775 gramas é o peso em média deste quadro rígido que já foi alvo de testes laboratoriais na Alemanha e está devidamente certificado.
Apesar de ser uma empresa ainda recente, muitas são as metas estabelecidas. Desde 2018, com a implementação do plano estratégico e a gestão dos respetivos investimentos, a Carbon Team já conseguiu ultrapassar um total de cem quadros de fibra de carbono produzidos. Como ato de comemoração fizeram um “quadro edição especial”.
A Carbon Team instalou-se em Vouzela e marca a sua posição mundialmente. Vários são os projetos para o crescimento e esta empresa não quer ficar aquém. “O nosso objetivo é fazer cem quadros por dia e expandirmos a fábrica”, destaca o diretor geral, convicto e ciente do trabalho que tem pela frente.
“Por exemplo, hoje em dia, eu próprio estou a tentar montar uma bicicleta utilizando o nosso quadro. Não consigo encontrar os componentes que eu quero, está tudo esgotado. E isto também fortalece o nosso projeto e porquê? A Europa tem uma dependência muito grande nos produtos que vêm da Ásia e nós queremos contrariar essa situação”, enaltece.
Emre Ozgunes conta que enquanto Carbon Team, já receberam vários contactos de pessoas que pretendem usar os serviços da empresa, que, simultaneamente, encontra-se disposta a desenvolver projetos singulares para clientes. “A ideia é darmos os nossos produtos aos clientes e fazer novos projetos com eles”. Desde quadros rígidos de estrada até projetos relacionados com a área de ebikes, “uma suspensão total para in duro”. Corresponder às necessidades dos clientes é a chave deste negócio.
Portugal está a crescer no que concerne à indústria de bicicletas, devido também à pandemia Covid-19. Esta foi a alavanca para o aumento da compra de bicicletas, uma vez que cada vez mais os cidadãos apostam na prática de exercício físico ao ar livre.
Além do bem-estar dos clientes, o mesmo é também exigido para os seus colaboradores. Miguel Oliveira, natural de Vouzela, atual diretor de produção da Carbon Team e um apaixonado pelo mundo das bicicletas, salienta que esta empresa é “um projeto de sonho” e que “a melhoria contínua é sempre o foco e a qualidade a maior bandeira”.
Com a criação desta empresa na Zona Industrial de Campia, no concelho de Vouzela, ajudou a colmatar a taxa de desemprego dos habitantes daquela zona. “Eu estou a representar o povo das aldeias aqui à volta. A maior parte dos meus colegas tiveram todos que emigrar, que não havia trabalho nas aldeias e neste momento, muitos estão a regressar. Eu próprio não emigrei para o estrangeiro, fui para Águeda. Regressei às minhas origens e isso para mim é muito positivo, conseguir também ajudar outras pessoas que na sua juventude podem começar a trabalhar aqui. Manterem o trabalho nas aldeias, em vez de terem de ir para o estrangeiro para arranjar trabalho”, foca Miguel Oliveira.
“Onde é que nós queremos chegar?”, questiona o diretor geral. “Reduzir o peso do produto, utilizando apenas fibra de carbono”, remata Emre Ozgunes. Um projeto do futuro, que prevê em 2024 ter mais de 200 postos de trabalho.