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O Grupo Sevenair diz que está disponível para encontrar com o Governo uma solução transitória que permita manter nos próximos meses a carreira aérea que passa por Viseu, da qual é a atual concessionária, e alerta que, caso isso não aconteça, “a linha encerra a 28 de fevereiro”.
O atual contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão termina no final deste mês, mas só na quarta-feira (7 de fevereiro) é que o Governo publicou em Diário da República a autorização da despesa de 13,5 milhões de euros para a adjudicação de uma nova concessão, Governo autoriza 13,5 milhões de euros para carreira aérea que passa por Viseu. O processo poderá demorar vários meses.
Em declarações à agência Lusa, o representante legal do Grupo Sevenair, Carlos Amaro, assumiu que a empresa está “disponível, como sempre esteve”, para encontrar uma solução intercalar – até à entrada em vigor da futura concessão –, que permita assegurar a continuidade da rota.
Carlos Amaro admitiu contactos e conversações com a tutela, mas sublinhou que, até ao momento, “não há nenhuma proposta, nem nada de concreto” por parte do Governo, revelando que a empresa já cancelou a venda de bilhetes, face à incerteza da continuidade da operação aérea após 28 de fevereiro, último dia da atual concessão de quatro anos.
Em resposta, o gabinete do secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas refere que “o Governo está a trabalhar no sentido de acautelar que a rota Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão não seja interrompida”.
“O estabelecimento da ligação aérea Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão consubstancia um fator de desenvolvimento económico e social, promovendo a coesão territorial, contribuindo para a aproximação das populações aos principais centros de negócio, de ensino e de lazer. O Governo está empenhado em manter esta ligação, preferencialmente sem interrupção do serviço”, referiu o gabinete de Frederico Francisco.
O diretor do Grupo Sevenair alertou que, caso não seja possível chegar-se a uma solução, “a linha encerra a 28 de fevereiro”, estando em causa também cerca de 80 postos de trabalho.
Carlos Amaro disse ainda que há uma “ameaça de greve por parte dos trabalhadores de terra”, devido à indefinição sobre a manutenção dos postos de trabalho.
No entender deste responsável do Grupo Sevenair, “seria muito otimista” acreditar que a próxima concessão de quatro anos entrará em vigor em outubro, ou seja, daqui a oito meses.
A resolução do Conselho de Ministros, publicada na quarta-feira (7 de fevereiro) em Diário da República, diz que “é necessário dar início ao procedimento concursal, na modalidade de concurso público internacional, com publicação no Jornal Oficial da União Europeia, para a atribuição, em regime de concessão, da exploração da rota Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão, por um período de quatro anos, por forma a assegurar a exequibilidade e eficácia das obrigações de serviço público fixadas, podendo, para o efeito, candidatar-se qualquer transportadora aérea da União Europeia”.