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Na ilha de Husoy, a norte de Noruega, povoação com pouco mais de 200 pessoas, o chef português Diogo Rocha, estrela Michelin, apresentou-se com uma aposta na versatilidade do bacalhau.
“A ideia é mostrar aos noruegueses a versatilidade do bacalhau. Em Portugal, conhecemos 1.001 receitas. Somos um povo muito criativo e podemos ajudar a Noruega também nesse sentido”, disse Diogo Rocha, embaixador da Lugrade e chef do restaurante Mesa de Lemos, em Viseu.
Diogo Rocha preparou duas refeições em Husoy, para vários convidados. Um almoço com feijocas estufadas e bacalhau no forno, e um jantar que casou favas com o “fiel amigo”.
“É possível com este peixe fazer várias receitas”, afirmou, recordando que Portugal tem uma tradição secular na relação com o bacalhau.
Para Diogo Rocha, esta viagem de trabalho à Noruega permitiu também ter uma perceção da produção, procurar corrigir algumas situações e ter a noção ainda mais definida dos riscos dos pescadores e das suas dificuldades.
Na Br. Karlsen, empresa que uma comitiva portuguesa visitou e que é a parceira mais determinante da Lugrade na Noruega, trabalham vários portugueses e todos elogiaram o espírito de família que este grupo empresarial oferece aos funcionários, além de bons salários.
Denise Oliveira, de 32 anos, de Sesimbra, tinha chegado no sábado há uma semana a Husoy, depois de já ali ter estado uma temporada em 2022.
Professora do primeiro ciclo, a portuguesa disse que ganha mais em meio ano na Noruega do que num ano em Portugal.
Enamorada por um trabalhador da Lituânia, Denise espera ficar mais tempo, desta vez, até porque os noruegueses são um povo acolhedor e a relação dos portugueses pelo bacalhau permite que se ofereça mais amor no trato ao peixe, aquando na unidade de produção.
Alexandra Cruz, de 57 anos, de Vila Nova de Gaia, ficou desempregada em Portugal. Pegou na filha e começou a subir a Europa a entregar currículos em vários países, mas sempre com o foco na Noruega, onde agora se estabeleceram. Uma reportagem que viu sobre Husoy foi determinante para a escolha.
“É uma experiência muito enriquecedora e fomos muito bem recebidas. É engraçado estar na terra do bacalhau, quando temos uma relação tão próxima com este peixe. Ganhei paz mental e rejuvenesci com esta opção”, garantiu, numa conversa com jornalistas portugueses.
Guilherme Alexandre, de 37 anos, da Urgeiriça, Nelas, chegou a Husoy pela mão do chef Diogo Rocha, amigo de infância.
“Compensa financeiramente estar aqui. E consegue desfrutar-se dos tempos livres”, disse.
Guilherme, também DJ em Portugal, já começa a conquistar seguidores pela música em Husoy, mas também em Tomso, onde se desloca para tocar.
“As pessoas não têm vergonha de dançar. Ganhamos uma perspetiva cultural diferente, vivendo aqui”, explicou.
Além disso, disse Guilherme Alexandre, as relações de trabalho também são díspares comparativamente com Portugal, até porque há muitas nacionalidades.
“E aqui ouvem os nossos conselhos. Não são pessoas frias, como se podia supor”.
Outra portuguesa, Maria Barata, de 33 anos, está na Noruega há oito anos. Feliz por esta ser uma comunidade que abraça as pessoas, lamenta que Portugal já não seja o mesmo.
“Aqui não há prepotência. E o meu compromisso é cá ficar até ser feliz”, disse, admitindo já ter conseguido construir uma casa em Husoy.
Para esta trabalhadora portuguesa, na Noruega é fácil juntar dinheiro, desde que se tenha os pés bem assentes na terra. E no norte do país ainda mais.
A Lusa viajou a convite da Lugrade e da NSC – Norwegian Seafood Council.