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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
A percentagem de cirurgias realizadas que ultrapassaram os tempos máximos de espera recomendados no Hospital de Viseu baixou no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgados esta terça-feira (29 de outubro).
De acordo com o relatório de monitorização dos tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde, as operações cirúrgicas realizadas fora do prazo determinado por lei passaram a representar sete por cento na Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões. Já em 2023, a percentagem era de 7,7%.
A lista da ERS também revela que, no hospital CUF Viseu, a percentagem de cirurgias executadas além do tempo máximo de espera rondou os 42,9% nos casos encaminhados pelo Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia.
Quanto às consultas feitas com um tempo de espera além do expetável, a ULS Viseu Dão Lafões – que, além do Hospital de Viseu, também gere os centros de saúde da região Viseu Dão Lafões – tem uma taxa de 42,3%. Um número que é inferior aos 48,1% registados em 2023 pelo antigo Centro Hospitalar Tondela-Viseu.
No Hospital de Viseu, o tempo médio de espera para consultas muito prioritárias na oncologia médica é de 15 dias, dentro do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) de 30 dias. Na especialidade da urologia, os doentes oncológicos prioritários esperam em média 53 dias por cirurgias, ultrapassando o TMRG de 45 dias.
No início do ano, os tempos máximos de espera para doentes oncológicos na Urologia da ULS Viseu Dão Lafões chegavam a 138 dias, mas foram registadas melhorias já que o Hospital de São Teotónio tem conseguido dar resposta aos casos muito prioritários na oncologia médica, com um tempo médio de resposta de 15 dias, abaixo do TMRG de 30 dias. Para casos prioritários, o tempo médio é de 22 dias, também dentro do prazo recomendado de 60 dias.
No entanto, a urologia enfrenta maiores dificuldades. O tempo médio de espera para cirurgias prioritárias em doentes oncológicos é de 53 dias, acima do TMRG de 45 dias.
A nível nacional, a percentagem de cirurgias oncológicas realizadas fora dos tempos máximos recomendados aumentou no primeiro semestre do ano, segundo a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que conclui que 22,4% dos utentes foram operados fora do prazo definido por lei.
Numa informação hoje divulgada relativa à monitorização dos tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no primeiro semestre deste ano, a ERS diz que foram realizadas 34.439 cirurgias programadas na área de oncologia nos hospitais públicos (+12,2% face ao período homólogo).
O regulador refere um aumento da percentagem de incumprimento dos tempos de espera de cerca de 3,1 pontos percentuais, passando de 19,3% no primeiro semestre de 2023 para 22,4% este ano.
Segundo a ERS, em 30 de junho, 7.127 utentes aguardavam cirurgia programada na área de oncologia, o que corresponde a um aumento de 1,1% face ao período homólogo, 16,7% dos quais com espera superior ao TMRG.
Quanto às cirurgias programadas no âmbito de doença cardíaca, foram realizadas 4.891 nos hospitais públicos, o que corresponde a um aumento de 2,9% face ao primeiro semestre de 2023.
Contudo, mais de um em cada três utentes submetidos a cirurgias cardíacas (33,2%) foram atendidos fora dos tempos máximos legalmente definidos, um aumento de 1,5 p.p. relativamente ao período homólogo.
Em 30 de junho, 2.502 utentes aguardavam cirurgia cardíaca (-5,5%), mais de metade dos quais (55,2%) já tinham ultrapassado o TMRG.
Excluindo as cirurgias oncológicas e cardíacas, no 1.º semestre do ano foram realizadas nos hospitais públicos 293.085 cirurgias, o que corresponde a um aumento de atividade de 5,1% face ao período homólogo. Cerca de 13,5% dos utentes esperaram mais do que o definido legalmente.
Segundo a ERS, a percentagem de incumprimento dos tempos máximos de espera aumentou 2,3 p.p. no primeiro semestre, passando de 11,2% para 13,5%.
A 30 de junho havia 197.073 utentes em Lista de Inscritos para Cirurgia de outras especialidades (além da oncologia e cardiologia) – o que representa um aumento de 7,4% no número de utentes em espera, 14,2% dos quais já tinham ultrapassado o TMRG.
Relativamente às cirurgias nos hospitais protocolados, foram realizadas 15.630 programadas (excluindo cardiologia e oncologia), 4,5% fora dos tempos máximos de resposta.
A 30 de junho havia 4.644 utentes em espera para cirurgia em prestadores protocolados com o Serviço Nacional de Saúde, 2,7% dos quais fora do TMRG.
Na mesma data, apenas 12 utentes estavam em espera para cirurgia em prestadores protocolados dentro do TMRG.
Não foram realizadas cirurgias programadas de cardiologia em prestadores protocolados, nem havia utentes em espera para cirurgia de cardiologia nestes prestadores na altura da monitorização da ERS.