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No concelho de Viseu há uma comunidade surda de dezenas de pessoas, desde crianças do pré-escolar, aos mais velhas. Apesar de todo o caminho de inclusão que tem sido feito, são ainda muitas as dificuldades que esta comunidade atravessa.
“Ainda existem muitos obstáculos e barreiras a ultrapassar. Primeiro, uma questão de mentalidades, confunde-se o surdo com uma pessoa com deficiência mental, o que não é verdade. Temos, aliás, vários surdos que frequentam o ensino superior e outros que já terminaram as suas licenciaturas”, disse António Jorge, presidente da Surdisol, uma associação nacional, mas que nasceu em Viseu, e que apoia mais de 60 pessoas.
“A Surdisol nasceu exatamente para minimizar obstáculos e barreiras à inclusão. Temos conseguido e têm sido muitas as vitórias, mas há ainda muito caminho a percorrer. É um trabalho quer das famílias, quer dos professores, quer das instituições, das organizações educativas e que é muito difícil”, assegurou.
Outro dos grandes problemas são os apoios financeiros. António Jorge lembra que há vários anos esperam por um protocolo com a Segurança Social.
“Outro problema, nomeadamente em termos de ação da nossa associação, é a questão financeira. Estamos à espera de um protocolo com a Segurança Social quase há cinco anos para podermos dar uma resposta mais profissional, mais pormenorizada a toda a comunidade. Mas, continua a ser um requerimento sem resposta”.
O responsável acredita que as associações podem dar uma resposta mais imediata e efetiva.
“Onde o Estado não chega, a nossa resposta poderia ser mais efetiva, com um corpo de técnico mais profissionalizado e não ser tanto um trabalho de carolice e solidariedade, que é o que vamos fazendo”, sustentou.
A associação tem servido de “entidade intermediária entre o que são as capacidades dos surdos e das suas famílias e a realização enquanto pessoas, profissionais ou estudantes, para que tenham uma vida o mais autónoma possível”, acrescentou.
O responsável disse ainda que já está também pensado um protocolo com o hospital de Viseu, direcionado para o serviço de pediatria e obstetrícia, mas que ainda não avançou porque “esbarra em burocracias”. O objetivo: “minimizar o impacto nas famílias quando aparece uma criança surda”.
O trabalho da associação prende-se, na sua essência, com surdez profunda e surgiu porque António Jorge teve um caso na família. “Tudo começou com um sobrinho meu e foi um processo muito complicado. Senti que não queria que outras pessoas passassem o que a minha família passou”, desabafou.
António Jorge lembrou ainda que até há pouco tempo, um jovem surdo para estudar tinha que se deslocar para Coimbra ou Ílhavo, “porque em todo não havia uma escola adaptada”.
Atualmente, a Escola Alves Martins, em Viseu, já dispõe de condições para receber estes jovens. “O caminho tem sido feito, quer no ensino, quer nos hospitais onde já se faz rastreio à nascença, por exemplo, mas há ainda um caminho a percorrer”, assegurou.
Curso de língua gestual arrancou no Politécnico de Viseu
Recentemente, teve início mais um curso de Língua Gestual, em parceria com o Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e que esgotou rapidamente.
“Este curso já é uma iniciativa recorrente, já foi feita uma primeira edição, que também esgotou rapidamente, à semelhança deste. Resulta de uma parceria entre a Surdisol e o IPV, nomeadamente ao nível do Grupo de Missão para a Inclusão da Pessoa com Deficiência no Ensino Superior”, explicou.
Há semelhança de parcerias com outras instituições, “são cursos que esgotam rapidamente as vagas, têm muita procura e há uma curiosidade muito grande das pessoas com a língua gestual”, disse.