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Os dados dos Censos de 2021 evidenciam uma maior concentração populacional no litoral de Portugal continental, na faixa entre Setúbal e Viana do Castelo e no Algarve, havendo igualmente uma densidade maior nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
De acordo com o estudo “O que nos dizem os Censos 2021 sobre dinâmicas territoriais”, houve um reforço da litoralização nas últimas duas décadas.
Em 2021, a população residente em Portugal era de 10.343.066 habitantes, sendo o interior do continente e a faixa litoral da região do Alentejo aquelas que apresentavam densidades populacionais mais reduzidas.
No interior das regiões Norte e Centro os Censos é visível um “povoamento disperso”, enquanto no Alentejo se observa um sistema de povoamento “fortemente concentrado”, que salienta os aglomerados populacionais relativamente ao restante território.
A ocupação do território evidencia também uma oposição norte-sul, com o rio Tejo a manter-se como elemento diferenciador, e onde a região do Alentejo se evidencia, com vastas áreas despovoadas.
Os cinco municípios com maiores densidades populacionais em 2021 eram a Amadora, seguida do Porto, Odivelas, Lisboa e Oeiras.
Percebe-se, desta forma, o desequilíbrio na distribuição da população pelo território português acentuou-se entre 2011 e 2021, com perda de habitantes no interior.
A densidade populacional do país é de 112,2 habitantes por quilómetro quadrado (km2), mas acentuaram-se “os desequilíbrios na distribuição da população pelo território”, com “um notório contraste entre os municípios localizados na faixa litoral do continente e os localizados no interior”, destaca o INE.
“O padrão de litoralização do país e de concentração da população junto da capital foi reforçado na última década. Cerca de 20% da população do país concentra-se nos sete municípios mais populosos, que abrange uma área de apenas 1,1% do território. No outro extremo, representando também cerca de 20% da população, temos os 208 municípios menos povoados e que ocupam 65,8% da área do país”, descreve o INE.
Em termos regionais, o Algarve (3,6%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7%) foram as únicas regiões NUTS II (nomenclatura de unidade territorial para fins estatísticos) que registaram um crescimento da população.
A Área Metropolitana de Lisboa tem mais 48.332 habitantes do que há dez anos (para um total de 2.870.208) e apenas quatro dos 18 municípios da região perderam população: Amadora (-2,1%), Lisboa (-1,2%), Barreiro (-0,53%) e Oeiras (-0,27%).
A população cresceu em 14 dos 18 municípios que integram a AML nestes dez anos, com os maiores aumentos a registarem-se em Mafra (+12,8%), Palmela (+9,6%), Alcochete (+8,9%) e Montijo (+8,7%).
As restantes regiões viram decrescer o seu efetivo populacional, com o Alentejo (-7,0%) e a Região Autónoma da Madeira (-6,4%) a registarem as descidas mais significativas.
Considerando os 10 municípios mais populosos, e além de Lisboa e de Oeiras, também o Porto perdeu -2,4% da população e Matosinhos -1,7%.
Os restantes seis municípios mais populosos – Sintra, Vila Nova de Gaia, Cascais, Loures, Braga e Almada – registaram crescimentos populacionais, com destaque para Braga, que registou o crescimento mais elevado, de 6,5%.
No Alentejo, Portalegre, com uma queda de -10,4%, é a capital de distrito que mais perdeu população nos dez anos considerados.
Os municípios dos territórios do interior do país perderam população e os que registaram um crescimento populacional situam-se predominantemente no litoral, com uma concentração em torno de Lisboa e no Algarve.
Cerca de 50% da população residente em Portugal concentra-se em 31 dos 308 municípios, localizados maioritariamente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.
Os municípios que se destacam pelo maior acréscimo populacional são Odemira (13,3%), na região do Alentejo, e Mafra (12,8%), na Área Metropolitana de Lisboa.
Os que perdem mais população foram Barrancos (-21,6%), também no Alentejo, e Tabuaço (-20,7%), na região Norte.