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Quando acabaram os jogos olímpicos, a seguir à cerimónia de encerramento, passou um pequeno filme de divulgação dos jogos paralímpicos – que decorrem imediatamente a seguir – que me deixou absolutamente fascinado a olhar para o ecrã. Os atletas olímpicos prendem-nos a atenção, pelos seus desempenhos, sobretudo porque nos informam sobre tempos e valores de records que vão sendo ultrapassados. É um fascínio que combina imagens dos atletas com informação, pois todos eles são muito bons e as vitórias acontecem por escassas frações de segundos.
Mas ver alguém com uma perna amputada a correr velozmente, com um implante mecânico na perna inexistente, deixou-me admirado independentemente de informação sobre tempos e records. É o próprio acontecimento de ver o desempenho extraordinário de um ser humano, equilibrado entre o corpo natural e a extensão cyborg, numa performance cinética e biomecânica perfeita. Fiquei siderado e fui pesquisar sobre os jogos e o design, e ainda mais espantado fiquei.
Na verdade, não tinha consciencializado toda a dimensão interventiva do design nos jogos paralímpicos. Temos de ter presente que se trata de atletas com uma grande diversidade de deficiências, que vão dos atrofismos musculares, à pequena dimensão dos corpos, ou das deficiências visuais ou cerebrais às amputações. Toda a informação visual, dos logotipos à comunicação, tem de ser adaptada. Os espaços e a circulação, o mobiliário, as instalações de acolhimento e os transportes…enfim, é uma outra realidade.
Mas também se têm vindo a levantar outro tipo de questões. Por exemplo, os atletas que beneficiam de programas de desenvolvimento científico, com implantes que se estendem do cérebro aos membros, ou que estão integrados em projetos de desenvolvimento de novos materiais e recursos mecânicos, têm vantagem sobre os restantes atletas. O que significa, por vezes, a diferença entre países ricos e países pobres. Ou seja, o velho problema da desigualdade. E em meios académicos tem sido mesmo levantada a estranha questão de saber se, aqueles seres humanos com extensões tecnológicas algumas tão sofisticadas, ainda seriam humanos ou já deveriam ser considerados cyborgs – na definição da wikipédia, «um organismo dotado de partes orgânicas e cibernéticas, geralmente com a finalidade de melhorar as suas capacidades utilizando tecnologia artificial». Ou seja, se não seriam super-humanos.
O design, enquanto disciplina abrangente, pode traçar fronteiras ténues entre as pessoas. No caso dos atletas paralímpicos, que são utilizadores extraordinários de recursos de design, pode mesmo ajudar de forma radical a definir os vencedores. Mas também tem de considerar-se os jogos paralímpicos como um momento crucial de teste de tecnologias e soluções que podem depois incorporar o mercado normal e melhorar a vida das pessoas comuns, com deficiência.
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