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Em 22 anos, Escola de Mortágua atinge a marca de entregar 250 cães-guia

 Em 22 anos, Escola de Mortágua atinge a marca de entregar 250 cães-guia
27.04.22
fotografia: Jornal do Centro
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 Em 22 anos, Escola de Mortágua atinge a marca de entregar 250 cães-guia
14.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Em 22 anos, Escola de Mortágua atinge a marca de entregar 250 cães-guia

A Escola de Cães-Guia de Mortágua garante que está agora a recuperar o tempo perdido por causa da pandemia, que fez atrasar a entrega de cães aos cegos. Hoje (27 de abril), assinala-se o Dia Internacional do Cão-Guia.

A Covid-19 teve um “impacto fortíssimo” na Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual, afirma o dirigente João Fonseca.

“O trabalho destes cães passa pela capacidade de repetição de várias situações quer para o cão que está na família de acolhimento e que tem de estar constantemente socializado e aperceber de situações como ir ao parque, ao supermercado ou ao banco, caminhar na rua e passear, quer depois para o utilizador cego que vai para todo o lado com cão porque, senão, o cão passa a ser quase um animal de companhia”, explica.

João Fonseca diz que, durante quase 24 meses, muitos dos cães “ficaram basicamente parados”. “Houve cães que estavam para ser entregues em famílias de acolhimento e foram reformados porque perderam aptidões e ganharam fobias, taras e medos, o que nos prejudicou muito”, revela.

Também segundo o dirigente, também houve cães “que tinham acabado de ser entregues”, mas tiveram de entrar num “novo processo de reaprendizagem e reeducação, o que nos aumentou brutalmente o trabalho”.

“Houve também uma quantidade de entregas em que o cego não veio à Escola porque não queria sair de casa. Adiámos essas entregas e estivemos nesta situação durante dois anos, mas estamos agora a recuperar e estamos já a acelerar bastante os procedimentos. Neste momento, estamos a tentar recuperar o tempo perdido e inclusive a aumentar a equipa de trabalho”, afirma.

Criada no ano 2000, a Escola de Cães-Guia conta entregar no próximo verão o animal número 250. João Fonseca garante que o momento vai ser assinalado com um dia de “festa”. O responsável refere que a escola conta com cerca de 130 cães ao serviço dos utentes.

“Os cães não estão todos a trabalhar. A trabalhar, estarão 130, porque eles não são máquinas, vão-se reformando e outros vão falecendo. Há pessoas cegas que já vão no terceiro cão, há muitos que têm dois e outros que têm um. É a sucessão natural do processo”, acrescenta.

Em média, cada animal está ao serviço durante 10 anos. A escola entrega um cão-guia por mês.

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