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Considerada por muitos como a “festa rainha” do concelho de Viseu, a festa de Gumirães é a primeira do “programa” das festividades populares. A comemorar 107 anos de existência, regressa “com algum receio” depois de dois anos de paragem devido à pandemia, mas com a certeza de que durante quatro dias a alegria e boa disposição não vão faltar.
“Foi um regresso tímido, porque tal como as outras pessoas nós também temos receios. Só em meados de março é que começámos a trabalhar, com todos os cuidados, mas estamos a conseguir levar o barco a bom porto”, contou ao Jornal do Centro Telmo Polónio, um dos 12 elementos que compõe a comissão de festas. Uma conversa dias antes do arranque de um dos mais icónicos eventos feitos por e para populares no concelho de Viseu.
Reza a história que a festa existe desde 1800, mas “só há provas desde 1915” quando 23 mulheres desafiaram tudo e todos. “Nesse ano, foi feita por 23 mulheres, porque na época houve uma confusão entre o bispo e os homens da terra por causa da capela”, contou.
Quem já foi a Gumirães por altura da festa sabe como é vivida pelas gentes da terra e não só.
“Várias pessoas do bairro e não só, estavam sempre a perguntar se este ano havia [festa]. Mas íamos dizendo que não sabíamos, que não tínhamos nada decidido, porque uma festa destas começa a ser feita a partir de janeiro”, lembra Telmo Polónio.
Para a comissão de festas, composta por pessoas dos 18 aos 67 anos, está edição é um verdadeiro “recomeço”.
“Mesmo as próprias bandas estão no arranque, é tudo novo para todos. Até ao nível de licenças, pedidos. Estes dois anos parados fizeram-nos mal, parece que deixámos de saber fazer algumas coisas que já eram rotina e que agora ficamos um pouco mais atrapalhados”, conta entre sorrisos Telmo Polónio, que organiza a festa há quase 10 anos.
“Na comissão há sempre gente nova e gente mais velha. Queremos ter a malta mais nova que tem a energia e a malta mais velha que tem a experiência e garante que nada é esquecido”, lembrando que há uma tradição que é obrigatória.
“Há coisas que temos que cumprir, certos rituais, por exemplo, a banda que no domingo vem à procissão tem por obrigação ir até Rio de Loba tocar. Uma tradição antiga que remonta ao início do séc. XX quando as duas terras faziam parte da mesma freguesia, hoje já não são mas manteve-se. E quando os de Rio de Loba fazem a festa eles também vêm a Gumirães”, explicou.
Grupos musicais voltam a subir aos palcos
A festa arrancou na sexta-feira com os espetáculos da banda TZ Music e de Pedro Cruz, que pertence aos TZ e atua a solo. Também para eles este é um regresso há muito esperado.
“Depois de dois anos de paragem forçada, regressámos há 15 dias onde fizemos o nosso primeiro espetáculo. Agora regressamos às festas de Viseu e é uma grande responsabilidade porque é uma grande festa”, disse Pedro Cruz.
O artista conta que o regresso tem sido feito sem receios e com muita vontade. “Receio não tenho, porque é para atuar e cantar e não tenho esses medos, mas antes da primeira assustou-me um bocadinho, Penso que o que queremos é estar em cima do palco, atuar e dar festa às pessoas que também estão a precisar”, destacou.
Ainda assim, Pedro Cruz admite que este regresso aos palcos é praticamente “um renascer”, sobretudo para os muitos músicos que não puderam trabalhar ao longo destes dois anos.
“Na banda, muitos dos músicos que viviam apenas disto tiveram que arranjar outros empregos e não depender da musica. Para muitos foi muito complicado e viveu-se uma situação delicada que não foi fácil. Um dos músicos, que já tem 20 anos disto, no primeiro espetáculo estava congelado e não era de frio, e já tem mais de 1500 concertos, mas mesmo assim ele estava muito nervoso. O que ele dizia era que aquilo era um regresso. É um sentimento muito bom”, contou.
Pedro Cruz contou ainda que apesar do regresso, “este está a ser um ano atípico, nada igual ao que era antes da pandemia. As comissões estão ainda a medo, estão a tentar organizar um pouco há última da hora, mas estão a realizar-se e isso é o mais importante. Não vamos ter um ano com 100 datas como era costume, mas vamos ter um ano em que regressamos, independentemente do número de datas”, finalizou.
Quatro dias de música e animação
O segundo dia de festividades começa cedo, às 9h00, com um passeio de bicicletas clássicas, para as 14h00 está agendada uma novidade, o primeiro encontro de motas e motorizadas, com um passeio, que este ano será gratuito. À noite sobe ao palco a banda musical Soma e Segue.
No domingo, considerado o “momento alto” da festa, assinala-se o dia do padroeiro, Senhor dos Aflitos, com uma missa, às 9h30, seguida de procissão e com a Banda da Boa Aldeia. À tarde, há grupo de cantares e bombos, para a noite está marcada a atuação do Grupo GPS.
Na segunda-feira, dia em que é “feriado” em Gumirães, há feijoada para todos, o tradicional jogo da malha e à noite a banda BrincoBaile.