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André Marinho
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Jorge Marques
15 de Novembro de 1975
Portugal vive uma crise de indisciplina e de desemprego. Angola vive a experiência da independência a três e a continuação de uma guerra estúpida.
As aulas iniciaram-se, finalmente.
Quanto à minha formação política, evolui, completa-se, sempre em busca de uma racionalidade aberta e atenta. De momento adiro a um certo ideal socialista: pluralismo político; democracia de base: iniciativa sindical, conselhos operários e autogestão como paradigma; construção de uma sociedade sem classes, coletivização dos meios de produção estratégicos e crítica da sociedade de consumo. Mantenho-me leal à monarquia.
12 de Janeiro de 1976
Num certo dia, de manhã cedo, à entrada do liceu Alves Martins, reparei nela. Conversava com umas amigas. Os dias passaram. Ia-a encontrando na sala de convívio. Olhava-a. Ela ia correspondendo, e sorrindo discretamente. Mais tarde, numa terça-feira, ficou perto de mim, numa fila de alunos retornados. O objetivo do ajuntamento prendia-se com a distribuição de livros escolares pelos alunos de famílias vindas de África. Entabulámos conversa e não fiquei desiludido. Na sexta-feira seguinte houve uma RGA. Vimo-nos à entrada do salão, pedi-lhe um cigarro e permaneceu junto de mim. Almoçámos juntos e juntos fomos ao café Infante. Mas as amigas estragaram de algum modo o encontro. Riam-se, trocavam sinais, irritaram-me. Saí do café. Mas ainda na mesma tarde, na sala de convívio, ela veio ter comigo sob o pretexto de me pedir lume. De início houve pouca abertura, falta de franqueza. Mas a comunicação foi-se construindo. Só que aconteceram as férias de Natal. E apenas um postal trocado pelos correios. O dela era lindo, dois namorados num cenário verde e íntimo e com umas palavras escritas à mão que terminavam com uma «beijoca da tua…Zé».
No reinício das aulas, certa tarde, ela perguntou-me muito séria: “o que é para ti namorar?» Respondi, um pouco irónico. Mas ela reforçou: «que é uma coisa séria, não significa gozo» e por aí fora, de modo franco mas meigo. De resto, ela sempre se mostrou esquiva a tentativas de maior intimidade. Não sei por que me meto nestas situações, se à partida um certo prazer descomprometido está fora de questão. Há um anátema sobre o prazer. Porquê? O prazer é bom. O prazer que não mutile, não destrua, não mate a lucidez.
O prazer de um olhar, a delícia de um beijo, o carinho de um abraço, a festa dos sentidos.
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André Marinho
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José Junqueiro