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O sol bate na cal da casa de frente.
Às vezes gostaria de romper com os meus conhecidos. Fugir. Andar por aí sozinho, conhecer um mundo novo. Às vezes sinto ódio, revolta, um grito vermelho na garganta a querer soltar-se. Gostaria de começar de novo. Ando cansado, abatido, não sei que caminho seguir. Ando farto da solidão. Apetece-me chorar. Que fazer? Começar hoje a construir algo de novo. Mas não é fácil. Não sei bem o que fazer. Sei que preciso estar atento.
Escrevo, mas sinto uma tristeza morna no corpo. Uma tristeza que vem do princípio do mundo, originária, talvez congénita ao ser humano. De que modo os outros resolvem esta dimensão metafísica da vida? Não resolvem, esmagam-na no álcool, na droga, no divertimento. Deveria pôr ponto final a esta busca de infinito, recolher as promessas contidas na finitude e serenar.
Jantei. De novo engavetado no quarto, e enquanto ouço Bach, olho as paredes brancas, nos bolsos as mãos pasmadas.
Continuo aqui, a estudar filosofia e sozinho. Não vale a pena elaborar mais porquês. Estou aqui. A rutura, por enquanto, não a farei. Atenuar a rudeza destes dias será já um objetivo suficiente. A poesia tem sido o suporte da minha instabilidade. Mas nem sempre me completa, fica um não sei quê que nunca se preenche e permanece vazio.
A dúvida tem encontrado em mim um campo sem barreiras para invadir e se impor. Tenho duvidado de tudo: de Deus, do amor, da amizade, dos sentimentos, da música rock, da literatura, de mim próprio. Devassei muita coisa, brinquei com o que tem sido digno de respeito, e desfiz certezas a amigos. Tudo na intenção de descobrir uma verdade forte e segura. Apenas me afundei em solidão. A minha conduta mostra-se bastante instável, ansiosa, tropeçando ora aqui ora ali, sem sentido e sem apelo. Dizem que sou bastante brusco, vou de uma alegria ao desespero num instante. Mas, curioso, não sei a razão de pensarem isto ou aquilo de mim, desconheço o modo como me projeto nos outros.
Cada vez se me cava mais funda a convicção de que os meus velhos ideais são os que se harmonizam melhor comigo: a proximidade com a natureza, o amor, a vida simples e campestre, longe das peripécias cosmopolitas, das ambições desmedidas, do intoxicamento consumista.
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Carolina Ramalho dos Santos
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Amnistia Internacional