policia-judiciaria
capicua
DSC05814
janela casa edifício fundo ambiental
casas habitação aluguer comprar
WhatsApp Image 2025-05-28 at 115107

Rimas Sociais, um podcast que dá voz às causas sociais urgentes através…

09.07.25

Neste episódio de “A comer é que a gente se entende”, descobrimos…

08.07.25

A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…

07.07.25
autarquicas 2025
autárquicas 25
psd
cruzeiro-rio-douro-novo-3
CasadeSantar_4
pexels-weekendplayer-735869
Home » Notícias » Colunistas » Fragmentos de um Diário

Fragmentos de um Diário

 Fragmentos de um Diário - Jornal do Centro
18.03.21
partilhar

11 de Março de 1975

         Alguns militares da força aérea tentaram esta manhã ocupar um quartel perto do aeroporto. Mas a sua ação foi rapidamente neutralizada. Até agora, ao que parece, há apenas a registar alguns feridos e a destruição da Rádio Clube Português. E ao que consta os generais Spínola e Galvão de Melo estariam envolvidos nesta intentona pois parece que fogem de carro para a fronteira.  

17 de Junho de 1975

        Por três meses se conservaram esquecidas as páginas do meu diário, num esquecimento voluntário e preguiçoso. Três meses cheios de novidades, emoções. Não vou pormenorizar pequenos nadas, mas apenas realçar alguns dados. Em março, nas férias da Páscoa, fizemos a viagem para as Beiras e para sempre. Decidimos requerer a minha transferência para o Liceu Alves Martins de Viseu. Decisão que se explica por várias razões: a greve de estudantes que se prolongava no liceu Gil Vicente; a consequente ausência de notas; a angústia que se apossara de minha mãe, longe do meu pai e da família da Beira; e a renda do apartamento.
        Instalei-me em Santa Ovaia de Baixo, em casa dos meus tios. De manhã, vou de autocarro para Viseu. À tarde, venho à boleia.
         No sábado, 29 de Março, véspera da Páscoa, quando regressei de Santa Ovaia a Lobão, encontrei o meu pai, junto do meu primo Z. A. e da companheira. Alegria, abraços.
Finalmente, estava na Beira Alta. Realizara o meu sonho. Mas à custa do sacrifício de tanta coisa: de uma vida de trabalho dos meus pais reduzida a zero, descontando umas poucas peças de mobília e um carro; de um estado de espírito de desalento, tristeza, de vazio quanto ao futuro; de afastamento, que espero temporário, da namorada, a mulher da minha vida. Olho as colegas a partir deste meu coração destroçado. Confesso o despudor de uma ou outra atração física por esta ou aquela. Mas nada que perdure para além da concupiscência de um olhar. Dizem que o tempo tudo cura. Mas eu recuso ser curado deste amor. O meu sonho é ser o homem de uma só mulher. Dispersar o coração na multiplicidade de afetos não combina com a minha maneira de ser. Reconheço a tentação sensual pela beleza de muitas mulheres, ainda jovens, quase adolescentes, da

 Fragmentos de um Diário - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 Fragmentos de um Diário - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar