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Mais de metade dos jovens bebeu álcool de forma rápida e excessiva no último ano

Estudo do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências revela uma elevada prevalência do consumo de bebidas alcoólicas

 Mais de metade dos jovens bebeu álcool de forma rápida e excessiva no último ano
19.11.24
Jornal do Centro
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 Mais de metade dos jovens bebeu álcool de forma rápida e excessiva no último ano
04.12.24
 Mais de metade dos jovens bebeu álcool de forma rápida e excessiva no último ano

Mais de metade (51%) dos jovens participantes num inquérito nacional admitiram ter consumido álcool de forma rápida e excessiva (‘binge’) no último ano, 36% embriagaram-se severamente e quase um quarto utilizou drogas ilícitas, particularmente a canábis.

Os dados do estudo realizado em 2023 e intitulado “Comportamentos Aditivos aos 18 anos”, promovido e divulgado esta terça-feira (19 de novembro) pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), tem como base o inquérito nacional aos jovens de 18 anos participantes no Dia da Defesa Nacional, realizado anualmente desde 2015, com uma interrupção em 2020, devido à pandemia de covid-19.

Os resultados do estudo revelam uma elevada prevalência do consumo de bebidas alcoólicas, com prevalência ao longo da vida na ordem dos 81% e, nos últimos 12 meses, na ordem dos 78%.

Também o tabaco tem uma elevada prevalência, com 48% dos jovens a assumirem o seu consumo ao longo da vida e 41% nos últimos 12 meses.

Segundo o inquérito, 29% consumiram substâncias ilícitas ao longo da vida (24% no último ano), sobretudo canábis (23% nos últimos 12 meses).

Uma menor percentagem de jovens aponta também a ingestão de tranquilizantes ou sedativos sem receita médica (5% de prevalência nos últimos 12 meses e 7% de prevalência ao longo da vida).

A maioria dos jovens consumiu em menos de 20 ocasiões no período dos 30 dias anteriores ao inquérito, refere o estudo, indicando que “a prevalência de consumo diário/quase diário varia entre 0,2% (casos das novas substâncias psicoativas) e 13% (caso do tabaco)”.

Relativamente ao álcool, 51% dos jovens reconhecem ter bebido de forma ‘binge’ no último ano, 62% embriagaram-se ligeiramente e 36% severamente.

“Ainda que intensos por ocasião, são padrões de consumo que tendem a ser pouco frequentes, predominando a indicação de uma a cinco ocasiões num período de 12 meses”, refere o ICAD.

Uma frequência mais elevada de consumo, em 40 ou mais ocasiões neste período temporal, é declarada por 6% dos jovens quanto ao consumo ‘binge’, 6% quanto à embriaguez ligeira e 2% quanto à embriaguez severa.

O estudo indica também que 19% dos jovens associam o consumo de mais do que uma substância psicoativa (incluindo as lícitas) na mesma ocasião.

Já 32% declaram ter experienciado problemas relacionados com o consumo bebidas alcoólicas e 16% com substâncias ilícitas.

“Comparando 2023 com 2015, observa-se uma diminuição da prevalência de consumo nos últimos 12 meses de tabaco (-11 pontos percentuais) e de bebidas alcoólicas (-5 p.p.), a par da manutenção das prevalências de consumo de tranquilizantes/sedativos sem receita médica e de substâncias ilícitas”, salienta o estuco.

No mesmo período, diminuiu ligeiramente a prevalência de embriaguez ligeira nos últimos 12 meses (-1 p.p.) enquanto aumentou a de consumo ‘binge’ (+4p.p.) e a de embriaguez severa (+6 p.p.).

No grupo de consumidores de bebidas alcoólicas todas as prevalências destes consumos mais intensivos aumentaram, enquanto a prevalência de policonsumo diminuiu (-2 p.p.).

Entre 2016 e 2023 as declarações de problemas relacionados com bebidas alcoólicas aumentaram 13 p.p., enquanto as de problemas relacionados com substâncias ilícitas aumentaram 2 p.p.

O consumo de cada uma das substâncias ilegais é mais declarado por rapazes, assim como as frequências de consumo mais intensas e policonsumo.

As raparigas são quem mais declaram problemas recentes relacionados com o consumo de álcool e os rapazes com o uso de substâncias ilícitas.

Também são as raparigas que mais declaram o consumo recente de tranquilizantes ou sedativos sem receita médica e, desde 2022, estão a par com os rapazes no consumo de bebidas alcoólicas.

“Globalmente, a evolução 2022-2023 contraria a tendência predominante de aumento dos consumos, verificada entre 2015 e 2022, sendo de analisar em futuras edições do inquérito se há uma mudança de ciclo”, refere o ICAD.

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