Autor

Vitor Santos

21 de 01 de 2022, 11:29

Colunistas

Código de ética para treinadores

Necessidade de uma relação EXEMPLAR com os outros agentes

Porquê um código de ética para treinadores? O desporto é uma atividade integrante e importante da sociedade e, como tal, não escapa à avaliação feita pela comunidade em geral. Se a ética de uma decisão ou ação está associada ao certo ou errado, ao justo ou injusto, faz todo o sentido que os treinadores, pelo papel que desempenham, tenham a necessidade de ter, conhecer e cumprir um código de ética.

A mediatização que tem o desporto dá-lhe uma força que nenhuma outra atividade goza. Conhecemos todos o grande investimento que as televisões fazem para terem desporto e tudo o que anda à sua volta, mesmo que sejam só especulações ou suposições. Não se deve generalizar tomando injustamente a parte pelo todo. Mas é o que se faz!
Os treinadores são os agentes centrais do desporto. Ser treinador não é só um emprego ou um part-time. Não pode ser. As suas responsabilidades são acrescidas em relação a um simples cidadão adepto, cumpridor da lei.
A formação de treinadores tem de dar cada vez maior relevância aos comportamentos. Os princípios éticos inerentes a esta atividade são o respeito pelos participantes, a responsabilidade no exercício da atividade do treinador, a integridade nas relações humanas e a dignificação do Desporto. Esta dignificação procura realçar aspetos positivos fundamentais como o fair-play, a competição honesta, o respeito pelo corpo, a integridade e o desenvolvimento pessoal.

O treinador tem de considerar os colegas de atividade como parceiros no que respeita ao desenvolvimento das modalidades desportivas que treinam e fomentar uma saudável relação entre todos os colegas de classe. Não é um inimigo que está do outro lado. Nunca o é.
O comportamento do treinador determinará os comportamentos daqueles que se encontram dentro da sua esfera de ação. Ele, treinador, é o líder. Todas as suas decisões e ações têm um enorme impacto na sua equipa e no público. Mas quantas vezes as propostas e decisões, a interação que estabelece com os diversos agentes desportivos dependem, quase sempre, mais da decisiva influência de fatores de contexto, dos seus objetivos pessoais e da sua personalidade, que dos conhecimentos adquiridos!

Aqui chegados, impõe-se a seguinte reflexão: têm os treinadores sido bons exemplos de desportistas?!
Ensinar a prática dos valores do desporto não é difícil. Difícil é encontrar treinadores / formadores que sejam, eles próprios, exemplos de desportistas e referências éticas incontornáveis. Os treinadores, principalmente os profissionais, devem ser modelos de conduta e assumir as suas responsabilidades. Devem ter consciência de que os seus exemplos são seguidos por muitos e existem mesmo aqueles que os replicam em competições completamente diferentes.