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20 de 04 de 2021, 15:09

Cultura

ACERT regressa esta sexta-feira com programação cultural

Agenda dos próximos meses inclui exposição dedicada à pandemia, ciclo dedicado ao 25 de abril e um concerto do músico Miguel Araújo

acert tondela

A Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) retoma nesta sexta-feira (23 de abril) a programação com a esperança de que o seu produto artístico seja “suficientemente forte” para conseguir alguma recuperação, apesar das restrições devido à Covid-19.

“Não há um mar de rosas na ACERT, há sim uma resiliência muito grande”, disse o responsável da associação, José Rui Martins, durante a conferência de imprensa de apresentação da programação, que integra concertos, espetáculos de teatro, residências artísticas de teatro e de jazz, uma exposição de fotografia e um concurso de bandas.

Segundo o dirigente da ACERT, “vai ser feita uma engenharia financeira e de gestão” no sentido de garantir condições para manter os atuais 16 postos de trabalho.

“Estamos a assegurar isso, pensando que o futuro, devido às ferramentas que temos, proporciona ir buscar as receitas de todo este tempo em que estivemos parados”, frisou.

Também Ilda Teixeira, da direção da ACERT, se mostrou otimista, até porque “as pessoas estão muito ansiosas por ver espetáculos”.

“Acho inclusivamente que as pessoas que iam pouco às salas de espetáculos, por terem sido privadas disso, neste momento estão com uma ânsia muito grande de sair de casa”, afirmou.

Na sexta-feira, abre a exposição “Diário de uma pandemia”, com trabalhos de fotógrafos, fotojornalistas, videógrafos e documentaristas que mostram como foram os dias dos portugueses desde a chegada da Covid-19.

Organizada pela associação cultural CC11 e pela ACERT, a exposição foi inaugurada em Lisboa e chega a Tondela depois de dois adiamentos devido à pandemia.

Para o mesmo dia, está marcado o concerto de Daniel Pereira Cristo, acompanhado de uma banda de sete músicos e que, além do seu repertório, apresentará “um leque de músicas de vários cantautores portugueses reconhecidas como as músicas de Abril”, explicou Ilda Teixeira.

Em maio, a ACERT dedica um fim de semana ao jazz. No dia 20, o guitarrista e compositor Carlos Peninha apresenta “Ponto de vista” e, no dia 21, o trio Hibylo mostra a música que desenvolveu nos últimos dois anos.

“É um trio que tem dois portugueses, sediado Berlim, e vai estar em residência no Novo Ciclo de 17 a 22”, disse Ilda Teixeira, acrescentando que este grupo também promoverá uma oficina de improvisação musical.

Para o dia 25 de junho, a ACERT propõe o concerto de Miguel Araújo, que é autor de vários sucessos portugueses, como “Anda comigo ver os aviões”.

No que respeita ao teatro, será apresentado o trabalho “Do bosque para o mundo”, da companhia Formiga Atómica, no dia 7 de maio, que, segundo Ilda Teixeira, “é um espetáculo extraordinário sobre a crise dos refugiados”.

José Rui Martins frisou que a ACERT está empenhada em reagendar todos os espetáculos que estavam programados para este ano e não se realizaram devido à pandemia.

“Vamos assegurar que todos eles possam ocorrer a partir de abril, no sentido de garantir que esses grupos consigam ter as receitas possíveis” no contexto atual, acrescentou.

Entretanto, o espetáculo de teatro de rua “A Passarola”, criado pelo Trigo Limpo Teatro ACERT, a partir da adaptação do romance “Memorial do Convento”, de José Saramago, deverá estrear-se em 2022.

“Tínhamos para este ano, já adiada de 2020, a estreia de ‘A Passarola’, que nos vimos obrigados a reprogramar para 2022”, disse José Rui Martins. Assim, este espetáculo estreará no ano do centenário de Saramago e, depois de Tondela, seguirá imediatamente para Lisboa, onde será apresentado à frente da Fundação José Saramago.

José Rui Martins referiu que, para já, não se sabe “que regras é que vão ser impostas para espetáculos de grandes audiências” como este e que envolvem a participação da comunidade.

“Achámos que não deveríamos arriscar um investimento tão grande em termos da criação do espetáculo e reprogramámo-lo para 2022, com uma digressão nacional que estamos a preparar com a Fundação José Saramago”, justificou.

O Trigo Limpo contava estrear em 2020 “A Passarola”, um espetáculo de teatro de rua com participação comunitária, dando assim seguimento à parceria estabelecida com a Fundação José Saramago, na criação do espetáculo “A Viagem do Elefante”.

A dramaturgia – da responsabilidade de Pompeu José e de Raquel Costa – centrou-se nos momentos com maior capacidade de teatralização relativos à história da construção, viagem e final trágico da “máquina de andar no ar”.