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16 de 04 de 2021, 18:28

Cultura

Encontrada lápide romana com 2.000 anos em Viseu

Peça foi descoberta durante as obras no antigo Orfeão e está patente no Pólo Arqueológico

lápide romana orfeão de viseu 04 2021

Foi encontrada uma lápide romana epigrafada com 2.000 anos no logradouro do edifício do antigo Orfeão de Viseu, na Rua Direita, onde estão a decorrer atualmente obras de requalifcação deste espaço.

Segundo revela a autarquia, a lápide continha a representação de um guerreiro e foi identificada durante os trabalhos de acompanhamento arqueológico das obras de reabilitação do antigo edifício do Orfeão, iniciadas há cerca de um mês.

“Trata-se de uma descoberta da maior importância, que vamos agora estudar em profundidade, e que comprova o enorme valor histórico e arqueológico da cidade de Viseu”, diz a presidente da Câmara, Conceição Azevedo.

A peça foi encontrada por arqueólogos na parede de uma antiga casa datada de finais do século XIX. A lápide foi removida do local e transportada para o Pólo Arqueológico de Viseu. A Câmara garante que este trabalho foi acompanhado pela Direção-Geral do Património Cultural.

Em comunicado, o vereador do Património da Câmara de Viseu, Fernando Marques, refere que este é “um dos maiores achados que se fizeram em Viseu nos últimos anos e uma descoberta relevante no contexto nacional”, embora também realça que a peça encontrada não estar completa.

A personagem que se encontra representada na lápide ostenta um escudo redondo e segura numa das mãos um punhal. A lápide tem ainda uma inscrição com caracteres latinos na extremidade inferior.

A Câmara de Viseu acredita que este e outros achados, nomeadamente os vestígios arqueológicos do povoado de Vissaium identificados recentemente no Largo da Misericórdia, vêm “comprovar a importância que este povoado da Idade do Ferro assumiu na região. Importância que terá sido reconhecida pelos Romanos a partir do final do séc. I a.C., quando se constrói a cidade romana”.

A lápide será agora alvo de um estudo aprofundado a cargo dos professores Pedro C. Carvalho e Armando Redentor, da Universidade de Coimbra.