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31 de 07 de 2021, 19:15

Diário

“O IP3 ainda está muito atrasado”, admite ministro das Infraestruturas e da Habitação

Pedro Nuno Santos marcou presença na cerimónia de inauguração da sede de campanha do partido socialista (PS) à Câmara de Viseu, onde João Paulo Rebelo falou pela primeira vez enquanto candidato à assembleia municipal

Pedro Nuno Santos

Fotógrafo: Igor Ferreira

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, admitiu este sábado (31 de julho) que o IP3 está “ainda muito atrasado”, referindo-se às obras de requalificação entre Viseu e Coimbra. O governante assegurou que “o projeto já está em curso”, sem avançar com uma data para o arranque das obras. A previsão da data de conclusão dos trabalhos é 2023.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação afirmou ainda que a requalificação do IP3 vem com “anos e anos de atraso” e aproveitou para atirar algumas farpas à oposição.

“O PSD nunca contribuiu para um metro de requalificação do Ip3. Somos nós, com anos e anos de atraso, que vamos conseguir realizar e concretizar o IP3 e não na versão portajada do PSD mas numa versão em que grande parte do percurso está duplicado sem portagens, sem custos para a população da região que usará esta estrada”, disse.

As declarações de Pedro Nuno Santos foram proferidas na cerimónia de inauguração da sede de campanha do partido socialista (PS), que tem João Azevedo como cabeça de lista à Câmara Municipal de Viseu. O quartel general do PS está localizado na zona da Santa Cristina.

Na sua intervenção, o ministro destacou também a ferrovia lembrando que Viseu faz parte do grupo das três capitais de distrito que estão fora do mapa ferroviário nacional. “Temos a ambição de tornar a ferrovia menos central em Portugal e voltar a ter Viseu na rede ferroviária nacional. Não podemos ambicionar ter Viseu como uma das principais cidades da região e do país e depois não ter este meio de transporte que se apresenta como o melhor, o mais seguro, ambientalmente mais sustentável e menos dispendioso”, afirmou.

O governante falou ainda sobre a habitação no concelho. “O preço do imobiliário atinge hoje valores incomportáveis, não só para os mais carenciados mas também para a classe média. Chegamos ao cumulo de encontrar casas a rondar um milhão de euros, centenas de milhares de euros. Esta é a realidade que começamos a ter em Viseu, realidade que atrasa a saída dos jovens da casa dos seus pais, a sua autonomização e que dificulta a constituição de família no seu concelho”, finalizou.

Quem também marcou presença foi João Paulo Rebelo que pela primeira vez discursou enquanto candidato à assembleia municipal. O também secretário de Estado da Juventude e do Desporto destacou a necessidade de Viseu liderar em diversas políticas. “Viseu tem que ser liderante nas políticas sociais, de economia e para o que verdadeiramente interessa às pessoas, a sua qualidade de vida. Não se fala para pessoas se não as conseguirmos fixar”, alertou.

João Paulo Rebelo disse ainda que cerca de 1500 pessoas vão integrar as listas do partido nas freguesias, assembleia municipal e câmara e aproveitou para apelar à participação de todos nas autárquicas, marcadas para dia 26 de setembro.

“Estas eleições são, talvez, as que mais portugueses mobilizam. Quero apelar à participação. É importante que as pessoas participem, até porque a democracia está a ser permanentemente ameaçada. Nos últimos tempos apareceram discursos populistas, extremistas, que põe em causa o valor primeiro de qualquer pessoa que é a liberdade”, destacou.

Já João Azevedo, candidato à Câmara Municipal de Viseu, destacou a proximidade das pessoas como valor fundamental e que foram vários “os desaires dos últimos anos” levados a cabo na autarquia pelas governações anteriores.

João Azevedo, que é também deputado na Assembleia da República, falou ainda nos quatro pontos fundamentais da sua candidatura: A “novela do IP3” que assegura “vai mudar”; a “luta permanente” para ter a ferrovia e para que esta esteja “na agenda política diária destes territórios”; os cuidados primários de saúde e a radioterapia no Centro Hospitalar Tondela-Viseu e a estratégia local de habitação”.