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28 de 11 de 2022, 14:36

Diário

Banco Alimentar de Viseu recolhe mais de 63 toneladas de comida

Ação do último fim de semana decorreu em 74 lojas do distrito e contou com a participação de 600 voluntários

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Fotógrafo: Foto de arquivo

O Banco Alimentar Contra a Fome de Viseu (BACFV) angariou no último fim de semana mais de 63 toneladas de bens alimentares. Os números foram revelados pela instituição nas redes sociais.

“Com a ajuda de todos conseguimos 63,066 toneladas de alimentos”, escreveu a organização social.

“Obrigado a todos os que doaram alimentos e tiraram um bocadinho do seu tempo durante este fim de semana para ajudar nesta causa. Todos juntos somos uma grande dose de esperança”, conclui o banco liderado por Fátima Ribeiro.

Na campanha, que decorreu no sábado e domingo, o BACFV esteve em 74 supermercados dos 24 concelhos do distrito de Viseu. Na anterior ação, em maio, a instituição tinha estado em apenas 22 espaços comerciais. Foram mais de 600 os voluntários que estiveram os supermercados a recolher os bens doados pela população.

"Tenho ajudado, sempre. Posso por exemplo não ir tomar o meu café, abstenho-me disso. Acho que em primeiro lugar está ajudar quem precisa. Sem o café posso passar muito bem, as pessoas sem se alimentarem, não", disse, emocionada aos Jornal do Centro, Graça Gonçalves, depois de entregar a ajuda alimentar a uma voluntária.

"Vim de propósito. Não precisava de nada para mim, vim para ajudar. Temos o dever moral quem necessita de nós. Se temos mais alguma coisa do que os outros temos de repartir", sustentou Graça Gonçalves.

Números nacionais
A nível nacional nesta campanha os Bancos Alimentares contra a Fome recolheram 2.086 toneladas de alimentos. O valor representa um aumento de 24% em relação à campanha realizada em período homólogo de 2021.

A segunda campanha de recolha de alimentos junto de dois mil supermercados, depois do confinamento imposto pela pandemia da covid-19 envolveu cerca de 40 mil voluntários dos 21 Bancos Alimentares existentes no país.

A presidente da instituição, Isabel Jonet, admitiu que a mais recente ação de recolha de comida “superou todas as expectativas”, apontando que, tendo em conta os valores atuais da inflação, seria difícil de prever que fosse possível superar os valores de campanhas anteriores.

“É talvez aquela em que se conseguiu o maior valor de doações. Em quantidade, o valor é muito próximo de campanhas de 2017, que foi quando se registaram os números mais elevados”, adiantou.

Para a responsável, “os portugueses aderiram de forma entusiasta” e o nível de adesão demonstra a “atenção dos portugueses para com as famílias mais vulneráveis e que enfrentam situações mais difíceis”.

Os alimentos recolhidos vão começar a ser distribuídos já a partir da próxima semana, contribuindo para ajudar a suprir as necessidades alimentares de cerca de 400 mil pessoas, apoiadas por 2.600 instituições, quer através de cabazes de alimentos, quer através de refeições confecionadas, indicou a federação.

No ano passado, os 21 Bancos Alimentares em atividade em Portugal distribuíram 34.551 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 48 milhões de euros), num movimento médio de 105 toneladas por dia útil.

Em 2020, quase dois milhões de portugueses estavam em risco de pobreza, mais 200 mil pessoas do que no anterior, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em janeiro.