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24 de 09 de 2022, 12:00

Diário

BE: Catarina Martins defende mais apoios para pequenos produtores

Roteiro Pela Justiça Climática levou este sábado a líder do Bloco de Esquerda a Viseu

Catarina Martins mercado dos produtores de Viseu

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu este sábado, 24 de setembro, em Viseu, a taxação das empresas petrolíferas que registam lucros extraordinários para apoiar os agricultores, que estão a passar várias dificuldades devido ao aumento dos preços e à inflação.

A ideia foi apresentada durante uma visita ao mercado dos produtores de Viseu, que aconteceu no âmbito do Roteiro Pela Justiça Climática.

“Nós estamos num mercado em Viseu, os produtores, sabem como a sua vida está tão complicada, com o gasóleo tão caro, com os fertilizantes tão caros, e há tão poucos apoios”, começou por dizer.

“Mas são produtores destes que fazem estes circuitos curtos, que põem o que é produzido aqui no mercado aqui, que são também uma visão de futuro quando pensamos em clima e por isso é que é preciso apoiar esta gente”, declarou.

Nas palavras da líder bloquista, a resposta à inflação e à crise climática “exige uma política que não continue a ser de favor para com as [empresas] petrolíferas” e a taxação a quem “anda a cobrar a mais para apoiar” setores como a agricultura que é dos que “mais precisa de apoio”. “Ao mesmo tempo que mudamos o modo de produção para respondermos às alterações climáticas”, explicou.

“Em Portugal no último semestre a GALP apresentou mais 153% de lucros. Enquanto os produtores que aqui estão me dizem o que sofrem para pagar o combustível, a Galp aumentou em 153% os seus lucros. A inflação não é um problema para todos, há uns poucos que estão a ganhar muito e fazer a taxação dos lucros excessivos para apoiar quem está a sofrer tanto é uma urgência”, defendeu, lamentando que o “Governo português” seja “dos que mais nega ser necessário colocar as petrolíferas no sítio”.

No novo mercado dos produtores de Viseu, Catarina Martins ouviu produtores e comerciantes revoltados com a mudança de praça. Muitos queixaram-se da falta de espaço para venderem os seus produtos e para os clientes poderem circular à vontade. Outros alertaram para as más condições do novo edifício, que irão sentir-se ainda mais no inverno. O novo mercado de Viseu custou 777 mil euros.

“Viemos ao mercado porque sabemos quanto a vida está tão difícil aos produtores, mas também a quem vem comprar os produtos, porque está tudo tão caro, a vida é tão difícil e há tão poucos apoios”, alertou Catarina Martins.

“Acabamos a descobrir um mercado apertado, a Câmara de Viseu fez uma obra onde gastou quase um milhão de euros, num mercado provisório que trata mal os produtores, os vendedores, quem vem aqui comprar. É um bom exemplo do que não se deve fazer”, concluiu.