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04 de 10 de 2021, 15:07

Diário

Espólio de fotógrafo doado à Câmara de S. Comba Dão está fechado em Escola Profissional

Neto de Carlos Ribeiro diz que é preciso salvaguardar, preservar e conservar o acervo fotográfico, que se encontra há cinco anos sem ver a luz do dia

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O espólio do fotógrafo Carlos Ribeiro, que trabalhou durante mais de 60 anos no concelho de Santa Comba Dão, está em risco. Quem o diz é o neto João André Ribeiro.

O acervo é composto por 71 mil negativos do fotógrafo que, entre 1954 e 2016, retratou muitas cerimónias e inaugurações oficiais, casamentos e outros eventos sociais em Santa Comba Dão.

O arquivo foi doado à Câmara Municipal e permanece, há cinco anos, na antiga Escola Profissional com más condições de conservação, segundo as queixas do neto de Carlos Ribeiro.

João André Ribeiro recorda que muita gente conhece o avô a partir da sua profissão e que ele participou “em muitos batizados, casamentos e cerimónias públicas, testemunhando a vida e a evolução da cidade e da nossa comunidade”.

“O acervo foi doado à Câmara Municipal, como era desejo do meu avô, e nos últimos cinco anos não tem sido acondicionado nem tido uma assessoria técnica especializada, ou seja, alguém especialista na conservação que possa aconselhar e dar uma orientação em como se trata este material”, lamenta.

João André Ribeiro sugere algumas soluções para salvaguardar, preservar e conservar o acervo fotográfico do seu avô, nomeadamente exposições para revelar o trabalho do fotógrafo que manteve durante vários anos uma loja de fotografia em Santa Comba Dão.

“Pensamos logo como podemos ter acesso, quando podemos ver e que histórias podem ser contadas com um material a partir do qual se fazem exposições e contam essas histórias. Eu, como estou ligado à História e ao trabalho de comunicação, tem a noção do que profissionalmente isso quer dizer”, afirma João Ribeiro.

O neto, que se reuniu recentemente com o Bloco de Esquerda para demonstrar a sua preocupação, defende a preservação e conservação das imagens.

“Temos de ter a noção de como se trata bem este acervo. As películas têm de ser bem-acondicionadas e tratadas. Nós não sabemos se, daqui a 50 ou 100 anos, alguém vai querer contar a história com este material. Então, esta é a ideia que nós queremos dar conta com muito cuidado”, frisa.

João André Ribeiro garante que está interessado em criar diálogo e fazer um trabalho construtivo com a Câmara “para que possamos montar um acervo que possa contar muitas histórias”.

O Jornal do Centro tentou contactar a Câmara de Santa Comba Dão, mas sem sucesso.