Diário

Mercado 2 de Maio: “Fico a rezar para que aquilo que eu não faria seja um êxito”

Fernando Ruas reforça que obras em curso na praça vêm do seu antecessor, Almeida Henriques

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse hoje (23 de setembro) que vai “a Fátima a pé” e que fica “rezar” para que as obras de requalificação em curso no Mercado 2 de Maio sejam um sucesso e contribuam para uma maior atratividade da praça que foi requalificada na década de 90 pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira.

A intervenção, que vem do tempo do anterior presidente da autarquia, Almeida Henriques, está envolta em polémica desde a primeira hora devido à construção de uma cobertura.

A intervenção, que Siza Vieira classificou como uma “barbaridade”, está orçada em mais de 4 milhões de euros. Contra a intervenção, um grupo de 41 pessoas, entre elas Eduardo Souto de Moura, João Luís Carrilho da Graça, José Mateus, Nuno Sampaio, André Tavares e Francisco Keil Amaral, chegou a escrever, em fevereiro de 2021, uma carta aberta onde era exigido ao município a revogação da empreitada.

Fernando Ruas falou hoje sobre a obra na Assembleia Municipal para dizer que os trabalhos que estão no terreno não são da sua “responsabilidade”. Reiterou que se “estivesse na câmara não tinha tomado aquela decisão”. “Se tivesse chegado à câmara e fosse possível a sua reversão também a tinha revertido”, afirmou.

“Também ia a Fátima a pé se isso fosse possível e espero que o mercado seja no final uma surpresa, espero, não sei se será, mas pode acontecer. Fico a rezar para que aquilo que eu não faria, que seja um êxito. Pode ser que se torne alguma atração, mas não sei”, acrescentou.

Salientando não ser o pai da obra, Fernando Ruas disse que “a única coisa” que lhe resta fazer “é acelerar aquilo”, acabar a empreitada e “pô-la ao serviço dos viseenses”, avaliando depois se o que foi feito conseguirá atrair pessoas.

“É uma obra difícil para projetistas, para quem fiscaliza, é uma obra nova, nunca se fez uma cobertura daquela dimensão com painéis fotovoltaicos e, portanto, é uma aventura, mas pronto a maior parte das coisas que têm interesse começam assim”, concluiu.