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25 de 07 de 2021, 08:11

Lifestyle

"Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar"

Já cantava António Variações e, para muitos assim e. Exemplo de Pedro Marques que com a quebra no turismo virou-se para o imobiliário

mudar de vida

A situação pandémica atualmente vivida, desde a própria Covid-19 às medidas adotadas para controlar a doença, revelou-se trágica em diversos setores de atividade, nomeadamente áreas como a restauração, a hotelaria, o turismo e as artes, fazendo a reinvenção um caminho a seguir e, em Viseu, o cenário não foi exceção.

Pedro Marques, CEO e fundador da empresa Visdrive, e Lúcia Almeida, artista e proprietária da banda “Lua Cheia”, são dois exemplos de testemunhos deste novo caminho.

Com o objetivo de expandir a beleza da região de Lafões, fundada mesmo antes do pico da pandemia, nasceu Visdrive - Tours & Transfers, uma empresa dedicada ao turismo e ao serviço privado de mobilidade.

Devido ao impacto causado pela doença, Pedro Marques sentiu-se forçado a readaptar o seu rumo dando origem a uma nova marca no ramo imobiliário, Imóvel Ideal Real Estate, inserida na própria empresa.

“A nível turístico, fiz um estudo de mercado e Viseu apresentava um crescimento exponencial, então decidi dinamizar a região começando a criar tours e passeios. Com a pandemia tive que cancelar tudo e, portanto, para sobreviver, dediquei-me ao ramo imobiliário, uma área que também gosto”, diz.

O próprio explica que foi através da sua “natureza familiar”, proveniente da construção civil, que conseguiu ingressar no ramo imobiliário com mais facilidade, tendo conhecimentos a nível de obra e construtoras. No entanto, isso não impossibilitou a existência de receios.

“Começar tudo de novo sozinho, apesar de ter conhecimentos, ter feito alguns negócios ao longo do tempo e já ser um pouco conhecido no ramo imobiliário, sinto um pouco de receio porque volto à fase embrionária - angariar novos clientes, dar-me a conhecer ao mercado, estabelecer parcerias, criar confiança.. Começar algo novo nos dias de hoje, não é fácil”, afirma.

Esta nova marca, para além de ter nascido com o propósito de sobreviver aos impactos da pandemia, foi criada também para poder investir, futuramente, na sua empresa e, consequentemente, nas potencialidades turísticas que a região oferece.

Desta forma, apesar das complicações, Pedro acrescenta que não desistiu da empresa, encontrando-se ainda em funcionamento, esperando dias melhores.

“A empresa não ficou para trás, é apenas uma reinvenção. Apesar de não ter conseguido ajudas, por não ter obtido os níveis de faturação desejados, mantenho as licenças em dia até hoje”, conclui.

Lúcia Almeida, mais conhecida por Lucy, acabou por tomar um rumo de vida semelhante, onde a necessidade de se reinventar levou-a a criar uma loja de roupa online, “Lucy Moda”.

Inicialmente fundou a banda “Lua Cheia”, onde se assumiu como vocalista durante 11 anos, tendo seguido a carreira a solo em 2016, onde conseguiu editar dois álbuns originais.

Devido à pandemia, Lucy ao ver a sua carreira profissional a estagnar, decide arriscar numa área que lhe despertava interesse há algum tempo: venda de roupa e calçado. “A nossa atividade está 100 por cento parada. Não nos permitem fazer espetáculos, nem eu como artista Lucy, nem a banda “Lua Cheia”, daí ter optado por abrir uma loja online de roupa e calçado”, diz.

Tendo como principal objetivo o seu sustento, a loja abriu numa altura natalícia, admitindo que tem obtido “bastante sucesso”. “A verdade é que comecei numa altura boa, na altura do Natal , e foi aí que comecei a ter sucesso nas vendas. Os meus clientes ficaram satisfeitos e continuam a comprar os meus artigos, o que me faz sentir mais feliz e uma pessoa com mais garra para alcançar o sucesso, diz.

Apesar dos percalços, Lucy relembra-nos de que nem tudo é mau, continuando otimista. “Por um lado a Pandemia veio estragar os meus dois primeiros projectos, a ‘Banda Lua Cheia’ e ‘Lucy’, a artista, mas por outro lado deu-me a sorte de seguir um outro caminho”, admite.

“Agora resta-nos esperar por melhores dias e que tudo volte à normalidade dentro do possível, para que eu, como artista, e a minha banda possamos voltar novamente aos palcos”, conclui esperançosa.