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Jorge Marques
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Pedro Escada
A Câmara de Viseu anunciou esta terça-feira (23 de março) que deu início a intervenção no antigo edifício do Orfeão, na Rua Direita e confirmou a descoberta de achados arqueológicos, conforme anunciado pelos vereadores do PS.
A obra foi entregue ao empreiteiro na semana passada e tem uma duração prevista de 18 meses, ou seja, mais de um ano e meio, abrangendo tanto o interior como o exterior do edifício.
O investimento da autarquia é avaliado em mais de 1,2 milhões de euros. Em comunicado, o executivo garante que a obra “permitirá devolver o edifício aos viseenses e instalar um nova âncora para a revitalização do Centro Histórico” através da sua remodelação, reabilitação e ampliação do edifício cuja configuração terá sido concluída entre 1901 e 1921.
Segundo a Câmara, o objetivo principal passa por fazer do antigo Orfeão um equipamento que acolha atividades pedagógicas no âmbito do programa Viseu Educa e também a Universidade Sénior do Rotary de Viseu e o serviço de apoio pedagógico a jovens de famílias carenciadas.
Os salões do Orfeão serão reabilitados, com as suas caraterísticas originais preservadas, e verão recuperada a sua atividade cultural.
A vice-presidente da Câmara, Conceição Azevedo, refere que esta intervenção era “muito desejada pelo significado que tem para todos os viseenses”. “A obra no edifício antigo do Orfeão é mais um marco na estratégia de revitalização do centro da cidade, levada a cabo pelo Município e pela Viseu Novo SRU desde 2014, através da criação de novas âncoras no coração da cidade”, afirma a autarca.
A obra visa “uma intervenção estruturante, mas seguindo os princípios da reabilitação sustentável, com respeito pela identidade, memória e traça original do edifício, mantendo elementos distintivos como a cobertura, o conjunto de azulejos, as escadarias, os tetos, o lanternim e os salões”, refere o município na nota.
“Contempla o reforço estrutural do desvão e estrutura da cobertura, incluindo a substituição do seu revestimento, aplicação de todas as infraestruturas necessárias ao seu funcionamento, ampliação com um novo corpo (na sua parte posterior) e arranjo geral do logradouro”, pode ler-se no comunicado.
A Câmara também confirma a descoberta de vestígios arqueológicos no antigo Orfeão através da realização de sondagens de diagnóstico arquitetónico e de sondagens arqueológicas de diagnóstico de cota negativa aprovadas pela Direção-Geral do Património Cultural.
Segundo o município, os achados descobertos remontam aos inícios do século XX, além de uma lápide com inscrição romana. Já o vereador do PS na autarquia, Baila Antunes, disse na semana passada que os vestígios já tinham sido encontrados e acusou na altura o executivo de esconder estes achados que, disse, estavam ao abandono.
“Não foram devidamente tornados públicos, nem sabemos se a Direção-Geral do Património Cultural foi avisada ou não. Estes achados estão completamente ao deus-dará, com vegetação, terra e muito lixo. De facto, há este achado patrimonial que mais uma vez este executivo não está a fazer o que devia, apesar da propaganda da valorização e conservação do património”, lamentou.
Baila Antunes também alertou para a existência de um buraco na cobertura que deixa escorrer água, o que, a seu ver, colocaria em causa a recuperação do edificado pré-existente no antigo Orfeão.