Foto Igor Ferreira
O presidente do Conselho Empresarial do Centro (CEC), José Couto, diz que os próximos tempos vão ser dolorosos para as empresas da região.
A afirmação é dita numa altura em que foi revelado que 48% (por cento) das empresas afirma não ter condições para manter a atividade por mais de dois meses sem medidas de apoio à liquidez. A conclusão vem num inquérito divulgado pelo Banco de Portugal e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“As empresas vão ter grandes problemas na tesouraria. No processo de retoma, as necessidades vão ser sempre necessárias. Este processo vai ser doloroso e fatal para algumas empresas”, refere José Couto em declarações ao Jornal do Centro.
Para este responsável, há setores que vão sofrer mais do que outros e o comércio tradicional é um deles. “Estamos muito preocupados com o tecido empresarial da nossa região, Ele é muito alicerçado em micro e pequenas empresas. Consideramos que elas são o elo mais fraco deste processo”, refere.
O presidente do CEC considera ainda que as medidas anunciadas pelo Governo não são suficientes para a retoma e pede alívio para as empresas. “Além das medidas financeiras, deveria suspender alguns pagamentos de forma a que se pudesse significar um aliviar da tesouraria para o futuro”, conclui José Couto.
No estudo do Banco de Portugal e do INE, 10% das empresas reportaram não ter condições para se manter por mais de um mês, enquanto 27% responderam que têm condições entre três e seis meses e 25% mais de seis meses.
As percentagens mais expressivas de empresas com condições para se manterem até dois meses verificam-se no grupo das micro e pequenas empresas (43% e 42%, respetivamente) e no setor do alojamento e restauração (44%).

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