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Começamos pelo princípio. Como surgiu esta ideia de um jogo de tabuleiro para ensinar os mais novos a serem “Jovens Autarcas”?
No âmbito da Assembleia Municipal começámos a pensar em estratégias de envolver os jovens numa reflexão sobre o território. Os formatos mais tradicionais de envolvência das crianças nos órgãos autárquicos passam muito pelas assembleias municipais jovens ou de futuro (alunos são deputados por um dia) que se realizam um pouco por todos os municípios. Este formato tradicional impulsiona os participantes a trabalharem e apresentarem uma ideia de intervenção cívica numa sessão da Assembleia Municipal, mas nós achámos que era preferível um formato que conjugasse duas vertentes. Em primeiro lugar, a vertente pedagógica e de aprendizagem e de incrementar os conhecimentos na área da cidadania e da organização política, mas também não perder o horizonte da intervenção sobre o território, só que lhe dar mais amplitude. Em vez dos jovens terem uma equipa em que defendem um projeto, aqui são desafiados a pensar o território na perspetiva da sustentabilidade, da proteção animal, do desenvolvimento económico, do emprego…entre muitos outros temas que se encontram no jogo. Para que esta intervenção tivesse uma maior amplitude, achámos que a melhor forma seria através de um jogo pedagógico e que a jogar reflitam sobre o território. Que não fique uma ideia estanque que é apresentada num dia ao presidente da Câmara, mas que termina ali. Queremos algo que dure mais no tempo.
Este é o exemplo de uma proposta da Assembleia Municipal aceite por todos, desde logo uma lição de cidadania e exercício político?
Claro, quer o executivo camarário, quer a assembleia municipal foram consensuais no apoio à iniciativa e isto demonstra que, partidarites à parte e opiniões políticas à parte, há projetos que nos podem unir como comunidade. Se conseguirmos com esta ideia fazer com que, daqui a dez anos, dez jovens que participaram neste jogo tenham uma intervenção na sua junta de freguesia, na sua assembleia de freguesia, na sua assembleia municipal e na sua câmara municipal já é um projeto ganho.
Já é necessário ensinar o que é a democracia quando ainda só se passaram 50 anos do 25 de abril?
É necessário ensinar e também repensar a forma como ensinamos, porque se os formatos tradicionais não estão a dar resposta, a culpa não é dos jovens ou das crianças, mas sim da origem. E isto é válido para tudo. Às vezes é preciso baralhar as coisas e perceber se os formatos respondem ou não.
(Para ler mais na edição impressa desta semana do Jornal do Centro)