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Professores do ensino pré-escolar ao secundário estão a ter formação sobre o Douro Património Mundial da Humanidade para, depois, nas escolas sensibilizarem os alunos para a preservação deste território que foi classificado há 20 anos pela UNESCO.
O elo de ligação é o Douro, e a sua gastronomia, os vinhos, o património e a cultura vão marcar os três dias para os 35 docentes que frequentam o curso ministrado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, com o apoio da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM).
“O objetivo essencial é apetrechar os docentes destes diferentes distritos envolventes do Douro para a sensibilização de que nós temos o dever de preservar o Património Mundial da UNESCO”, afirmou hoje a coordenadora do curso, Isilda Rodrigues.
Pretende-se contribuir para a educação patrimonial numa perspetiva multidisciplinar e para o desenvolvimento cultural, social, económico e cívico do Douro Património Mundial, de forma sustentável.
A professora de educação musical Sara Santos veio de Marco de Canaveses para Vila Real para descobrir mais sobre o Douro.
“Para ver que tipo de projetos é que podemos desenvolver na nossa escola para preservar o património e para aprender. Também porque este curso tem um caráter muito prático”, afirmou.
Celeste Ribeiro, professora do ensino secundário em Vila Real, destacou a importância da formação pela região em que está inserida, o Douro, e por poder sensibilizar os alunos, na sala de aula, para a “importância que tem o património mundial”.
“Conseguir conciliar a nossa zona com os conteúdos curriculares, aliar isso e poder despertar também esse interesse nos alunos penso que é fundamental. Mas só o consigo fazer se realmente também estiver informada, como é obvio”, salientou a docente.
A primeira ‘aula’ do curso “Formação de professores para a preservação e valorização do Douro Património Mundial” realizou-se no Kitchen Lab UTAD, uma cozinha laboratório que é também um espaço de investigação da academia transmontana.
“Estivemos a fazer sobremesas nutricionalmente equilibradas, utilizando ingredientes do Douro, nomeadamente os frutos secos, os frutos vermelhos, o mel e o azeite. Temos que começar a usar, cada vez mais, ingredientes da nossa região”, afirmou Carla Gonçalves, professora do curso de Ciências da Nutrição.
Às sobremesas associaram-se os vinhos, com os professores a fazerem uma formação de análise sensorial e prova de vinhos, os quais, depois, combinaram com os doces confecionados.
Os 35 professores dos ensinos pré-escolar, básico e secundário vão ainda frequentar módulos sobre a preservação dos atributos do Douro Património Mundial, os grandes marcos do Douro Vinhateiro e também a marca territorial deste Património da Humanidade.
Para quinta-feira está prevista uma saída de campo, que inclui uma visita ao Mosteiro de São João de Tarouca, à ponte de Ucanha e a uma quinta duriense.
“Como projeto pioneiro no nosso país, este curso tem sido renovado e acreditado anualmente, sentindo-se a necessidade de variar os temas. Ao longo dos últimos seis anos, foram vários os formadores da UTAD envolvidos e especialistas externos”, referiu Maria João Amaral, da LADPM.
Na última edição do curso, que decorreu ‘online’, participaram mais de 60 professores dos ensinos básico e secundário, oriundos dos distritos de Vila Real, Viseu, Braga e Porto.
“Procuramos que os participantes terminem com projetos multidisciplinares exequíveis nas suas escolas para que as formadoras possam monitorizá-los na última sessão dedicada às ‘Estratégias para a preservação e valorização do Douro Património Mundial’”, conclui Maria João Amaral.
O Douro foi classificado pela UNESCO como paisagem cultural evolutiva e viva em dezembro de 2021. As comemorações dos 20 anos do Património Mundial começaram em dezembro de 2021 e prolongam-se até dezembro de 2022.