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Na tarde deste sábado, 28 de setembro, a Plataforma Casa para Viver organizou manifestações pelo país para reivindicar respostas à crescente crise na habitação. O protesto em Viseu, que começou às 15h00 na Rua Formosa, insere-se num movimento nacional que critica as políticas habitacionais do novo Governo e exige mudanças concretas.
Rita Silva, porta-voz do movimento Vida Justa, recentemente expressou o descontentamento dos manifestantes com as medidas recentemente anunciadas. “Convocámos mais uma manifestação, uma vez que continuamos a ver que, apesar dos pacotes, programas, medidas, políticas anunciados pelos sucessivos governos, a situação da habitação continua a agravar-se no nosso país”, afirmou. Para Rita Silva, as ações do atual executivo, liderado por Luís Montenegro, não têm sido eficazes, e destaca a revogação de medidas anteriores, como as limitações ao alojamento local. “O novo Governo deu todas as liberdades novamente ao alojamento local, revogando as limitações que tinham sido aprovadas”, criticou.
Entre os manifestantes da Rua Formosa, em Viseu,, as vozes de quem sente na pele a crise habitacional foram ouvidas. Mariana Silva, de 25 anos, trouxe à manifestação a perspetiva dos jovens que enfrentam dificuldades para encontrar casa e manter os estudos: “Conheço muita gente que ainda está a estudar e conheço muita gente que está a tentar estudar e não consegue porque ou paga os estudos, ou paga uma casa”. A jovem acrescentou ainda que, mesmo já a trabalhar, não consegue ter uma perspetiva de futuro. “Não consigo pensar em ter uma casa só para mim, não consigo pensar em sair da casa da minha mãe. […] Quero ter a minha independência e não consigo tê-la. Por isso é que estou aqui hoje na rua”.
Daniel Morais, outro manifestante, destacou a intersecionalidade da luta pelo direito à habitação, e lembrou que esta afeta especialmente as minorias. No seu cartaz, lia-se “Eu não saí do armário para agora viver num”, um claro apelo à dignidade e igualdade. “Cada vez mais, pessoas, minorias, veem os seus direitos recentemente alcançados cada vez mais reprimidos”, afirmou Daniel, frisando que “o direito à habitação é um direito humano, e está na Constituição”.
Da associação Olho Vivo, Catarina Vieira partilhou a sua experiência pessoal e o contínuo problema da informalidade no arrendamento de quartos, quer para estudantes, quer para trabalhadores. “Eu tenho 50 anos, já estudei fora, também já fui estudante universitária, […] e nunca tive um quarto que me passasse recibo, nem enquanto estudante, nem enquanto professora”, relatou, acrescentando que, apesar de existirem incentivos fiscais, “não há como aceder a esse apoio”. Catarina concluiu que a situação, longe de melhorar, está a piorar: “É incomportável”.
Os participantes da manifestação deixaram claro que não vão desistir de exigir mudanças enquanto a crise não for resolvida.