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Considero as eleições autárquicas, tantas vezes menorizadas, de elevada importância para todos nós. Mais uma vez, iremos eleger as pessoas, que identificamos como as que preferimos para serem os nossos principais e primeiros parceiros, a quem confiamos a responsabilidade de nos ajudarem a alcançar algumas das nossas ambições e ultrapassar dificuldades. Há até quem afirme, que devido à proximidade que deverá existir, o poder local, é a primeira voz do povo!
No entanto, também neste tipo de eleição, a abstenção tem aumentado e em 2017, quase metade dos eleitores não votou…
Num artigo de opinião, de António Barreto, que intitulou de “política de proximidade e democracia distante”, o autor descreve, as dezenas de ações em campanhas eleitorais e fora delas, que levam hoje a um contacto físico muito próximo dos políticos com os cidadãos. A proximidade é a palavra de ordem! Afirma depois, que não funciona, porque é mecânica, artificial, é uma proximidade preparada e mediatizada, muitas das vezes destituída de conteúdo. São muitas as ambições, algumas impossíveis de satisfazer e são as expectativas defraudadas, que criam a ilusão da distância.
Parece-me que os titulares e candidatos aos órgãos de poder local, podem e devem reduzir de forma significativa este paradoxo entre a grande proximidade física e a distância da decisão, que entendo ser uma das razões para o afastamento da participação nos atos eleitorais. Como deve fazer qualquer organização, instituição, associação, empresa que trabalhe focada nas pessoas para quem dirige a sua atividade, é obrigatório, estar permanentemente a escutar!
De forma organizada e bem planeada (e não é muito difícil de o conseguir), de forma alargada, com bastante assiduidade e sem interrupções, é necessário saber quais são as expectativas da freguesia, do concelho, qual o grau de satisfação, o que tem que ser reforçado, ajustado ou eliminado na atuação e decisões políticas.
Sobretudo, é necessário escutar, mas também explicar, eventualmente, algumas decisões, muitas vezes incompreensíveis, para quem não conhece os seus pressupostos.
Assim haverá proximidade e parceria!
E já agora, porque a proximidade também se deve traduzir num melhor serviço, não se pode falhar no que é fácil!… Num dos espaços do cidadão, recentemente criados e dispersos (não conheço os pressupostos da decisão, mas admito que tenha sido boa), onde me desloquei, criaram-me boas expectativas, por ter oferta de um serviço que não esperava. Excelente! Ficaram de contactar telefonicamente, para resolver algo, que parecia muito fácil. Após mais de um mês, sem qualquer contacto (?), voltei ao mesmo espaço, mais do que uma vez. Portas fechadas, com um aviso colado, de que está em funcionamento desde maio, mas o atendimento obriga a agendamento por telefone, através de um número de contacto, onde em diversos dias e diversas tentativas ninguém atende!
Desejo que esta distância não aconteça, porque se está a fazer política de proximidade…
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Amnistia Internacional