A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Já tem ementa para a sua mesa de Consoada? Temos a sugestão…
Com a descida das temperaturas, os cultivos necessitam de mais tempo para…
por
Margarida Benedita
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Rita Mesquita Pinto
por
José Carreira
Conversas conduzidas por Bernardo Mendonça com as mais variadas personagens que contam histórias maiores do que a vida. Ou tão simples como ela pode ser. Este é o “cartão de visita” do podcast do Expresso “A Beleza das Pequenas Coisas”, altamente recomendável.
No mais recente episódio, fiquei a conhecer melhor a atriz Benedita Pereira, Beny para os amigos. Frases fortes – “Não tolero a intolerância. As artes ajudam muito a pensar” e “A mãe das desigualdades é a de género. Ser feminista é ser antirracista, anti-homofobia, anti isso tudo” – servem de gancho para o que podemos escutar. Chamo a sua atenção para as questões relacionadas com a idade, um aspeto que tem “ainda mais impacto nas mulheres do showbiz.” Está nas salas de cinema o filme de terror “A substância”, escrito e dirigido por Coralie Fargeat e que tem como atriz principal Demi Moore que encarna a personagem de uma estrela do fitness que tenta fazer um pacto com a beleza e juventude eternas e, ao fazer 50 anos, decide trocar de corpo com uma jovem, tomando “A substância”. A ditadura da juventude eterna é ainda mais dura com atrizes, apresentadoras, gente dos ecrãs.
O argumento do filme serviu de introito ao tópico da idade. Algumas ideias da Benedita: “As pessoas começam a mexer na cara tão cedo que parecem logo mais velhas.” / “Eu vejo a Nicole Kidman e tremo toda.” / “Enfim, é uma ditadura da beleza, da juventude.” / “Preocupa-me que, sendo nós influenciadoras, transmitamos ideias erradas.” / “Não há coisa mais bonita do que ver uma mulher com rugas e que está feliz, que está bem tratada, luminosa.” / “Eu trato-me, é super importante cuidarmo-nos. Nós queremos ser e estar bonitas, mas bonito não é só ser jovem.” / “Ainda não senti, em relação a mim, a pressão. Mas, vejo muita gente à minha volta obcecada e a fazer coisas. Às vezes coisas que não precisavam de fazer. Não havia necessidade…” / “Depois tens nas telenovelas mulheres de 40 anos a fazer de avós. Já não há lugar para os velhos?” / “Nos atores é giro, as rugas não são só minhas, também são das minhas personagens, do que sofri, do que me ri…acho isso muito bonito.”
Irei ver o filme no próximo fim-de-semana. Tenho alguma curiosidade, mesmo que o argumento não seja original, nem algo de absolutamente disruptivo como nos querem fazer crer. Há vinte e dois anos, o escritor Hanif Kuereishi publicou o livro “O Corpo e Outras Histórias” (Companhia da Letras) que começa assim:
“Ele disse: Escute, você diz que não ouve bem e sente dor nas costas. Seu corpo não vai parar de lembrar você dessa sua existência adoentada. Quer fazer alguma coisa a respeito?”
“Desta minha velha carcaça, já quase morta?”, perguntei.”
“Claro. Mas o quê?”
“Que tal trocar de corpo, ganhar um novo?”
O autor britânico, num contexto em que a clonagem e as técnicas de rejuvenescimento se foram tornando assuntos do quotidiano, procurou surpreender os leitores com a história de um novo Adão – “Um sexagenário escritor e dramaturgo que se vê diante da possibilidade de transplantar a sua mente experiente para um belo corpo de vinte e cinco anos. Os novos atributos físicos, porém, acabarão por metê-lo numa aventura perigosa.”
Este tópico deve merecer especiais cuidados numa sociedade que só vê a beleza na juventude e que parece não estar preparada para gerir o potencial e os riscos inerentes à inteligência artificial.
por
Margarida Benedita
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Rita Mesquita Pinto
por
Jorge Marques
por
Diogo Pina Chiquelho