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O Fórum de Cidadania de Viseu e a Rede Europeia contra a Pobreza (EAPN) de Portugal assinaram hoje, no Instituto Politécnico de Viseu, um protocolo. O evento contou com a presença do Padre Agostinho Jardim Moreira, presidente da EAPN Portugal, que destacou a necessidade de um esforço conjunto para abordar a pobreza. “Resolver o problema da pobreza não é da competência de um único órgão, de uma única instituição. Sabemos que a pobreza tem causas diversas”, afirmou o padre.
O presidente da EAPN enfatizou que “os decisores políticos são os maiores responsáveis pela situação de pobreza”, sublinhando a importância da mudança de mentalidades e da formação de redes de apoio.
A coordenadora do Fórum de Cidadania, Margarida Moniz, também expressou a sua preocupação em relação aos “dados alarmantes” sobre a pobreza em Portugal. “A pobreza não é uma palavra, é uma realidade. Como é possível que, num estado de direito social, haja abandono no acesso ao ensino superior?”, questionou. Margarida destacou o papel do fórum como um “grupo de bastidores” que visa alertar a sociedade para a verdadeira face da pobreza e procurar soluções concretas.
O Padre Agostinho Moreira acrescentou que “é fundamental que os partidos defendam os pobres que votam neles”, criticando a falta de união em torno de políticas que visem combater a pobreza. “Nunca tivemos a sorte de ter todos os partidos a votar num ponto em comum na defesa dos mais pobres”, lamentou.
A assinatura deste protocolo é vista como um primeiro passo em direção à criação de parcerias efetivas entre instituições de ensino superior, empresas e a sociedade civil. Margarida Moniz afirmou que o fórum irá tentar “fazer pequenas coisas, que não são visíveis, mas que são fundamentais”, na esperança de dar um rosto à pobreza e promover mudanças significativas.
O evento foi também uma oportunidade para discutir a importância da academia na sensibilização para as questões sociais. O Padre Agostinho concluiu, afirmando que “é com muito gosto que vejo Viseu abrir as portas a este trabalho em rede”, reforçando que é preciso cuidar das pessoas para que possam libertar-se das suas situações de vulnerabilidade.
A assinatura do protocolo representa um compromisso conjunto para enfrentar as causas da pobreza em Viseu e promover a dignidade das pessoas, num esforço contínuo de colaboração e solidariedade.