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“Vergonha em Castro Daire” é desta forma que a associação ambientalista S.O.S Rio Paiva descreve as descargas poluentes que estão a ser feitas diariamente naquele que já foi conhecido como um dos cursos de água menos poluídos na Europa.
Numa publicação nas redes sociais, a S.O.S Rio Paiva diz que “parece que o presidente da Câmara Municipal de Castro Daire não tem qualquer tipo de vergonha do que se está a passar no seu município há anos e continua em silêncio sem dar qualquer resposta aos pedidos de esclarecimento da S.O.S. Rio Paiva sobre esta e outras descargas poluentes que continuam a acontecer”, escreve.
A associação ambientalista lamenta ainda a ausência de explicações do autarca em relação ao facto de a nova ETAR do concelho, “que está pronta há anos e continua encerrada”, estando “à espera de ser inaugurada”.
O Jornal do Centro tentou sem sucesso obter mais esclarecimentos da organização.
Para além da S.O.S Rio Paiva, a população também não esconde a revolta. Nas redes sociais são vários os comentários de indignação.
“É um atentado contra a natureza. Isso não é crime? Deve haver um modo de acabar com estas situações”. “O Rio Paiva já era, agora é esgoto a céu aberto. Melhor arranjar outros autarcas que sejam responsáveis e capazes”. “De um dos rios mais limpos da Europa passou à vergonha aqui representada. Portugal no seu melhor”, escreveram várias pessoas.
Apesar das tentativas o Jornal do Centro não conseguiu chegar à fala com o presidente da Câmara de Castro Daire, Paulo Almeida.
Entretanto, uma fonte da autarquia esclarece que os serviços municipais têm feito uma monitorização da água e do funcionamento das ETAR concelhias.
“Para nós foi uma surpresa a situação. Este ano, ao contrário do que aconteceu em 2020, não tivemos nenhuma queixa de que houvesse problemas no caudal do rio”, informa.
Já quanto à entrada em funcionamento da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais, a mesma fonte da edilidade castrense refere que “a EDP não aceitou o projeto inicial das infraestruturas elétricas, o que obrigou” à realização de várias alterações ao projeto, acabando por “atrasar a obra”.
O município acredita que a empreitada ficará concluída em breve, não se comprometendo, todavia, com datas, uma vez que falta ainda a validação da empresa de eletricidade.
“Tomara nós que a nova ETAR estivesse a funcionar porque temos a noção que a ETAR da Ponte Pedrinha, com cerca de 40 anos, está obsoleta. Ela vai ser desativada assim que seja colocada em funcionamento a nova”, assegura.
A Câmara vizinha de Arouca, perante o aumento da contestação, também já se pronunciou, sustentando, em comunicado, que tem “desenvolvido um conjunto de iniciativas junto das várias entidades com competências na área da gestão ambiental, nomeadamente Agência Portuguesa do Ambiente, Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (GNR), ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, DRAP-N, Ministério do Ambiente e a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, com vista à identificação dos focos de poluição”.
A autarquia explica que a expensas próprias e com a colaboração técnica da ARS Norte está a ser executado um plano de recolha de amostras de água em seis pontos do rio Paiva e seus afluentes que permitiu detetar “a presença de quatro estirpes (serovares) diferentes de salmonella”, razão pela qual estão fechadas as zonas balneares do concelho.
“O município irá, assim, reforçar a exigência de uma intervenção urgente no terreno junto das entidades com competência na matéria com o objetivo de se obter explicações cabais quanto a eventuais focos de poluição e à origem da salmonella, pois até ao momento, e pese embora todos os esforços encetados, tal ainda não foi possível”, conclui.