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por
Joaquim Alexandre Rodrigues
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São muitas as festas populares que têm lugar durante todo o ano na região de Viseu, mas a pandemia obrigou a que todas elas parassem e os artistas cessassem a sua atividade. Já se passou mais de um ano desde que a pandemia mudou por completo a vida de milhões de pessoas e, tal como muitas atividades, o retorno aos palcos parece não ter data, o desejo por um bom bailarico não tem fim.
Soma & Segue, conhecida por ser uma das banda mais antiga da região, com mais de trinta anos de estrada, não atua desde fevereiro de 2020. Rui Dias, um dos proprietários do grupo, conta que o pânico e o medo reinaram quando se viram obrigados a cancelar cerca de setenta espetáculos. “O ano de 2020 tinha tudo para ser o melhor ano, trabalhámos muito para isso”, acrescenta o manager.
São muitas as despesas que uma banda acarreta, apesar de não estarem a faturar. Rui Rebelo conta que os Republika continuam a “pagar o imposto de circulação e os seguros de três camiões e duas carrinhas”, visto que lhes “é exigido pagar tudo, porque, infelizmente, o Ministério da Cultura, o Ministério das Finanças e todos esses organismos não olham para isso”.
Sem espaço para festas dá-se palco à solidariedade, tendo em conta várias dificuldades pelas quais os artistas passam e, ao imaginar que “há pessoas que não têm dinheiro sequer para comer”, Rui Rebelo disponibilizou-se no “início da pandemia, para dentro das possibilidades ajudar naquilo que fosse necessário”.
A maior parte das bandas de baile queixa-se que as ajudas provenientes do estado para este ramo do setor da cultura são poucas ou nenhumas. Uma estrutura com diversos profissionais empregados e despesas com o material da banda não consegue sobreviver estando parada. “Tivemos a ajuda normal que é o lay-off felizmente, é um apoio que agradecemos obviamente como qualquer outro apoio, mas é insuficiente em estruturas como a nossa banda”, frisa Virgílio Carvalho, proprietário dos Hi-Fi, a única banda que confessa ter tido ajudas.
Algumas pessoas viviam totalmente dependentes do mundo da música e muitas delas tiveram de se reinventar ao ver a sua profissão estagnada. É o caso de Lúcia Almeida, mais conhecida por Lucy, que seguiu o conselho de uma amiga e criou a loja de roupa online “Lucy Moda”. Questionada acerca do novo negócio, a proprietária da banda Lua Cheia confessa com um sorriso estampado no rosto que “está a correr super bem” até porque “começou na altura do Natal”.
Além disso o feedback é muito positivo e até “há pessoas que ao saberem quem está por detrás do negócio pedem para lhes enviar um CD”, uma prova de como a música ainda continua presente na vida das pessoas, ao contrário dos bailaricos.
Para muitos uma profissão, para outros um hobby, mas sem dúvida uma família para todos. São tantos os anos de estrada que se passa mais tempo com os membros da banda do que com a própria família. Kiko Reis, bailarino e figurinista nos Hi-Fi, confessa que se sente “estranho e triste por não ter o quotidiano com eles, aquele convívio que se tinha de forma presencial, do toque”.
A pandemia trouxe muitas infelicidades, mas para David Inácio, vocalista dos Soma & Segue, trouxe-lhe a maior alegria, o nascimento do filho que lhe mostrou sem dúvida alguma que o mais importante é a família e passar tempo com ela. “A pandemia não foi apenas perdas, também ganhamos tempo para a família, coisa que antes não dávamos tanto valor, não tínhamos tempo para apreciar como é bom passar fins de semana e férias com a família”, conclui.
Apesar destes tempos controversos que se vivem, a esperança de que o retorno aos palcos seja para breve está cada vez mais viva para os artistas, aliás era o que os deixaria totalmente concretizados. “Portugal precisa de cultura e de que os bailaricos de verão voltem a acontecer, é disto que o tradicional português gosta”, deixam como mensagem.