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Os territórios de baixa densidade apresentam maior satisfação com a sua qualidade de vida, enquanto os seis concelhos mais ricos são também os mais desiguais. A conclusão é retirada do estudo “Territórios de Bem-Estar: Assimetrias nos municípios portugueses”, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e apresentado esta segunda-feira. Coordenado por Rosário Mauritti, do ISCTE, o estudo identificou em que medida o conceito de bem-estar é influenciado por assimetrias nas condições de vida que caracterizam municípios de Portugal continental.
O estudo organizou os municípios do continente em função de características semelhantes, como densidade, estrutura de distribuição das idades das populações, perfil educativo, socioprofissional e de rendimentos, e chegou a cinco grupos: territórios industriais em transição, territórios intermédios, territórios urbanos em rede, territórios inovadores e territórios de baixa densidade.
A análise teve em conta dimensões associadas ao bem-estar, como os contactos sociais, o equilíbrio entre trabalho e a família, saúde, habitação, segurança, sociedade digital, participação cívica, educação e cultura, trabalho digno e qualidade ambiental.
E de acordo com o estudo, as desigualdades territoriais acentuam dinâmicas de regressão populacional.
São os mais escolarizados e mais ativos civicamente que partem dos seus municípios à procura de melhores oportunidades de vida e de trabalho.
As desigualdades de rendimentos, mais elevadas nas áreas predominantemente urbanas, comprometem a agenda do trabalho digno, relacionando-se com a precariedade, o desemprego, bem como os sistemas de segurança e proteção social.
Mais de metade da população vive em 30 dos 278 municípios no continente e em 96% destes há mais idosos do que crianças.
Em 28% dos municípios do continente de Portugal, mais de metade das famílias são pobres e foram os municípios onde os rendimentos são mais baixos os que mais perderam população jovem.
No interior dos territórios inovadores, com maior capacidade tecnológica, as oportunidades da sociedade digital não estão uniformemente acessíveis, assimetrias estas que se fazem sentir mais intensamente nos restantes territórios.
Quanto à participação cívica, os territórios com maior densidade urbana, internamente mais desiguais, revelam uma maior apatia em relação à política municipal e uma mais baixa participação e potencialização de recursos locais; pelo contrário, os territórios com laços comunitários mais intensos (e com menor população) tendem a manifestar maior mobilização na política local.
Na saúde, e de acordo com as conclusões, muito ainda há por fazer junto das populações: criar instalações e espaços de lazer e convívio propícios à prática desportiva e a hábitos de vida saudável, fomentando também oportunidades de criação de laços e sociabilidades significativas entre gerações; melhorar as condições de acesso à saúde nas zonas mais periféricas (quer no plano nacional, quer nos territórios, assegurar um maior equilíbrio entre freguesias), e investir descentralizadamente numa rede de especialidades médicas, bem como de cuidados técnicos especializados, dirigidos a populações dispersas, sem grandes recursos materiais e frequentemente carentes desses cuidados.
Na educação, na cultura e na sociedade digital, os territórios respondem diferenciadamente a estes desafios, e é latente o risco de agravamento, a médio prazo, do acesso a estes bens públicos. Na educação, os territórios perdem competitividade territorial quanto mais se distanciam das redes de instituições de ensino superior e dos polos de inovação tecnológica e digital.
As expetativas de mobilidade social, cada vez mais ancoradas nas trajetórias educativas, variam em função do território onde os jovens habitam, que se localizam entre «territórios de excelência ou elitistas» e «territórios de forte estigmatização social», não raras vezes convivendo no interior do mesmo município. Tais territórios acompanham as desigualdades que diferenciam as classes sociais no acesso à habitação e a um conjunto de serviços públicos e privados a eles associados, segmentando o espaço social dos municípios.
Os desafios ambientais não são sentidos da mesma forma pelos territórios analisados. Nos meios mais densamente urbanos, os problemas de mobilidade e de deslocação em transporte coletivo adquirem centralidade, e para eles o futuro ainda parece incerto, apesar de uma agenda ambiental europeia que tenciona construir novas opções de sustentabilidade ambiental para os territórios, os seus modos de ocupação e os seus estilos de vida.
Nos contextos mais periféricos, as alterações climáticas e os riscos acrescidos associados, ou, noutros contextos, a reconfiguração do tecido económico, com o despovoamento, o abandono da pastorícia e das atividades agrícolas e a sucessiva fragmentação dos terrenos, incrementam perceções de grande insegurança e incerteza, ligadas ao risco de fogos florestais