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O troço entre Gouveia e a Guarda da Linha da Beira Alta, que se encontra encerrada devido a obras de modernização, será o primeiro a reabrir no final deste mês de outubro, adiantou um diretor da Infraestruturas de Portugal (IP).
Henrique Teles disse que este troço deverá ser maioritariamente utilizado por comboios de passageiros e que “a CP manifestou o interesse em divulgar o novo serviço ferroviário de passageiros entre as duas cidades”.
“Julgamos poder abrir a Linha da Beira Alta em toda a sua extensão, entre a Pampilhosa e Vilar Formoso, no final do primeiro trimestre de 2025, em condições comerciais normais para comboios de passageiros e mercadorias”, avançou o responsável na segunda-feira (30 de setembro), durante a Conferência Intermodal Portugal, realizada no âmbito da Porto Maritime Week.
No entanto, a Linha da Beira Alta abrirá “com a sinalização antiga” e a nova sinalização “apenas vai estar pronta no final de 2025”, acrescentou.
Segundo Henrique Teles, a abertura do troço entre Gouveia e a Guarda não beneficiará particularmente o transporte de mercadorias, mas quando as obras estiverem completas serão disponibilizadas dez novas estações para cruzar comboios com 750 metros, será aumentada a capacidade de escoamento da rede ferroviária nos eixos de acesso internacionais e reduzido o custo de transporte por unidade transportada.
Há uma semana, ao intervir numa sessão na Câmara de São João da Pesqueira, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, anunciou a reabertura do primeiro troço da Linha da Beira Alta para novembro.
Miguel Pinto Luz avançou que um segundo troço será reaberto em dezembro e, “até março do próximo ano, os 200 quilómetros da linha estarão reabertos”.
A renovação integral da Linha da Beira Alta – 193 quilómetros entre Pampilhosa (concelho da Mealhada, distrito de Aveiro) e Vilar Formoso (distrito da Guarda) – é considerada uma das obras fundamentais do Corredor Internacional Norte e tem como objetivo permitir uma ligação ferroviária mais segura e rápida entre o centro e o norte do país e a fronteira com Espanha.
No dia 19 de abril de 2022, quando a Linha da Beira Alta foi cortada, a IP estimou que assim se mantivesse por um período de nove meses e garantiu que, no início de 2023, os seus utilizadores já teriam “um serviço de transporte ferroviário de maior qualidade, conforto, segurança e ambientalmente sustentável”.
Em maio de 2023, no final de uma visita a um troço da obra entre Mangualde e Celorico da Beira, a IP anunciou nova data para a reabertura – 12 de novembro desse ano – que também não se concretizou.
Nesse mês, quando questionada pela agência Lusa, a IP disse prever que a reabertura da linha à exploração (com catenária em funcionamento) ocorresse até ao final do primeiro semestre de 2024.
Ao referir-se a estes atrasos, Henrique Teles admitiu que a IP foi “um pouco otimista quando fez o planeamento da obra”.
“Não nos queremos desculpar com a guerra na Ucrânia e com a pandemia, mas estes acontecimentos não ajudaram em nada à conclusão desta obra”, afirmou o responsável, frisando que se trata de “uma obra complexa com muitas empreitadas e subempreitadas”.