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Hélder Santos decidiu emigrar em 2017 para “explorar novos horizontes” e conseguir “progredir na carreira”, o que era difícil em Portugal no ramo da hotelaria, por este ser um setor sazonal.
Natural de São Pedro do Sul, abandonou Portugal está a fazer agora cinco anos para se radicar no Qatar, depois lhe ter surgido uma oportunidade de emprego no país árabe.
“Não escolhi o país, o país escolheu-me a mim. Na altura um conterrâneo amigo, José Pedro Viegas, a quem estarei eternamente grato pela oportunidade, estava a trabalhar num hotel como diretor de comidas e bebidas lançou-me a oferta”, conta.
Antes do Qatar, Hélder já tinha estado em Great Yarmouth, Inglaterra, onde teve apenas um trabalho temporário.
No país localizado na Península Árabe, o emigrante sampedrense trabalha como bartender no hotel W Doha Hotel & residences.
Em Portugal, entre os anos de 2009 e 2011, passou pelos mais variados setores, trabalhou numa barbearia, na construção civil, como massagista, instrutor de fitness, foi empregado de mesa e até bombeiro. Para além de trabalhar, também estudava à noite
Em 2011, quando estava empregado num restaurante, recebeu uma oferta de trabalho no Algarve. Hélder não perdeu a oportunidade e rumou ao sul do país. Trabalhou como empregado de mesa durante quatro anos, depois, motivado por um amigo, mudou-se para a área de bar. Gostou tanto que passado um ano decidiu fazer um curso de bar em Lisboa.
Há cinco anos um novo desafio, o Qatar. “A mudança foi bastante radical, tanto a nível cultural como profissional. Primeiro pelo facto de mudar para um país árabe onde os costumes e tradições são bastante diferentes e têm um grande peso na sociedade”, afirma, salientando que o país tem “uma enorme multiculturalidade “, sendo que dos 2,8 milhões de habitantes “apenas 20% são locais, o que torna a experiência ainda mais interessante”.
Hélder Santos acrescenta que o facto de o Qatar ser “o país mais rico do mundo” tornou tudo ainda mais “interessante”, apesar de ter sido obrigado a mudar o seu estilo de vida.
O Qatar, explica, tem impostos altos e preços elevados em bens como o café, que custa cinco euros, e uma cerveja, que custa 10. Mas há produtos bem mais baratos, como a gasolina que está a 50 cêntimos o litro.
“No início foi tudo bastante interessante, uma cultura diferente, pessoas diferentes, sítios novos para explorar, gastronomia, etc. Mas o Qatar é um país muito recente, com cerca de 50 anos de história, geograficamente pequeno onde em pouco tempo tudo deixa de ser novidade e passa a ser um pouco mais rotina”, adianta.
O emigrante diz estar adaptado ao país, que está a “crescer diariamente”, que tem o mundial de futebol à porta (2022) e que “continua a apresentar grandes oportunidades em diversas áreas”.
Nunca se sentiu discriminado ou posto de parte por ser emigrante.
“Muito pelo contrário, aqui senti ainda mais o orgulho de ser português. Cheguei à conclusão que somos bastante respeitados aqui no Médio Oriente. Talvez pelo facto de termos uma comunidade pequena e as pessoas não terem a oportunidade de conhecer portugueses todos os dias ou talvez graças às proezas do nosso Cristiano Ronaldo, que elevou o nosso estatuto e levou a reputação e respeito por Portugal a um patamar maior”, justifica.
O que mais gosta no Qatar “são as oportunidades” que o país oferece, em contraste com Portugal e a multiculturalidade que encontrou. Só no hotel onde trabalha, e que foi considerado o melhor do Médio Oriente e décimo melhor do mundo, estão empregadas pessoas de 70 nacionalidades diferentes. É o único português entre os cerca de 700 funcionários.
“O facto de conviver com estas diferentes culturas diariamente tornou-me um indivíduo com uma mente mais aberta, mais compreensível e uma visão diferente sobre o que é viver em sociedade”, aponta.
Também gosta do Qatar porque sempre apreciou mais o calor do que o frio, embora o verão na península árabe seja mais “rígido”, com temperaturas a chegar aos 50 graus e níveis de humidade a atingir às vezes uma percentagem de 80%.
“Como se pode imaginar uma sauna a céu aberto, mas felizmente existe o ar condicionado praticamente em todo o lado. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que caminhei numa rua com ar condicionado. Mas o inverno é bastante agradável”, assegura.
As praias também são boas, mas distantes e com acesso limitado. As que se encontram no centro são exploradas por hotéis e custam entre 20 e 80 euros por entrada.
Hélder tenta visitar Portugal uma vez por ano, pelo menos. Só não veio em 2020 devido à pandemia. Não queria pôr a família e amigos em perigo.
Apesar das saudades que sente dos seus, da comida e do estilo de vida lusitano, o emigrante sampedrense não está a pensar em regressar ao nosso país, pelo menos no curto prazo.
“Sinto que ainda tenho algo mais para dar a este país e este país a mim também, mas planeio realizar os meus projetos e disfrutar da vida nesse jardim à beira mar plantado”, conclui.