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O coordenador da task-force para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 apontou a data de 4 de julho para começar a vacinar as pessoas com mais de 18 anos.
“Daqui a 15 dias temos todas faixas etárias em processo vacinação”, afirmou o vice-almirante Gouveia e Melo durante uma audição na Comissão Parlamentar de Saúde, na Assembleia da República.
Questionado sobre o porquê de não estarem a ser usadas as farmácias para acelerar a vacinação, Gouveia e Melo justificou com a dificuldade de ter um espaço para o recobro de 30 minutos necessário após a vacinação.
“As farmácias não estão excluídas por nenhuma razão económica ou ideológica, mas por razões práticas. É preciso fazer um recobro de 30 minutos após a vacinação e isso torna impraticável o processo na maior parte dos casos. Pode haver farmácias que tenham esse espaço, mas a maior parte não tem. E mesmo as que têm, estaríamos a falar de vacinar três a quatro pessoas por dia, o que não tem significado”, afirmou.
Sobre a possibilidade de usar os hospitais, o coordenador do grupo de trabalho para o Plano de Vacinação disse que apenas seria uma hipótese se não se conseguisse aumentar a capacidade com os atuais meios.
“Se não conseguirmos aumentar a capacidade teremos de recorrer aos hospitais, mas isso significa stressar um sistema que já por si continua em stress para recuperar os atos que ficaram para trás por causa da pandemia. Estamos a vacinar de forma confortável com os recursos que temos “, disse Gouveia e Melo.
Questionado sobre a diferença de ritmo de vacinação nos diversos dias da semana o coordenador da ‘task force’ disse que os domingos são os dias com ritmo mais baixo e que a vacinação nestes dias já estava a ser intensificada.
“Vamos aumentar o ritmo ao domingo para chegar ao dos outros dias. Estamos a aumentar capacidades e a readaptar, em termos geográficos, pois há zonas que precisam de mais meios agora do que outras”, disse Gouveia e Melo, lembrando que estão a sair para o mercado de trabalho 3.000 novos enfermeiros (recém-formados) e que é preciso encontrar forma de contratar.
“Sendo o processo de vacinação um processo crítico para o país, não parece que vá haver poupança. Tenho tido sempre indicação de que os recursos me serão disponibilizados para cumprir o plano”, sublinhou.
Sobre qual é o prazo para o final da missão da task-force, sobretudo tendo em conta a hipótese de ser necessária eventualmente uma terceira dose de vacina no futuro, Gouveia e Melo disse que será “em agosto, com os 70% de vacinação, ou em setembro, quando se prevê que perto de 90% da população esteja vacinada com pelo menos uma dose e cerca de 70% com a segunda, o processo vai perdendo velocidade e passa a ser mais tranquilo”.
Contudo, lembrou, “se houver necessidade de uma terceira dose, e, mais tarde, de reforçar com uma quarta dose, o processo não tem fim. Aí, o processo de organização da task-force vai-se enraizando no Ministério da Saúde, que tomará conta do processo, uma vez passada a emergência. Estamos a meio da emergência, mas já começamos a ver a luz ao fundo do túnel”.