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Os vereadores do PS na Câmara de Viseu querem saber quem foi o responsável pelas transferências que levaram a autarquia a ser burlada no pagamento de faturas de energia. Na última reunião do executivo, que se realizou esta segunda-feira, os socialistas questionaram o presidente da Câmara se tinha sido aberto algum processo de averiguações e que medidas de prevenção e proteção estão a ser tomadas.
“Recentemente, este Município foi vítima de um e-mail fraudulento que originou duas transferências no total de cerca de 600 mil euros que só depois de as efetuar reparou que se tratava de uma burla”, começou por explicar Miguel Pipa para quem este ataque foi “básico e só foi permitido porque garantidamente não havia nenhum procedimento de segurança”.
Segundo o vereador, “há uma regra obrigatória e básica que se aprende nas formações de ciberseguranca que diz que os departamentos de faturação sempre que os NIB para pagamentos sejam alterados, estes devem ser confirmados por e-mail , telefone ou junto da entidade bancária”.
“Os ataques de phising são uma técnica muito popular e são feitos para tirar partido dos baixos níveis de segurança dos utilizadores o que me parece que também foi o caso”, criticou.
O caso foi conhecido a 23 de novembro, altura em que Fraude informática saca quase 600 mil euros ao SMAS de Viseu contou o sucedido e anunciou que as Policia Judiciária já estava a investigar.
“Tenho de anunciar a fraude de que o SMAS foi vítima e que tem a ver com a aquisição de energia e o pagamento de duas faturas. Recebemos um e-mail que supostamente era da empresa [fornecedora de energia] que tinha um IBAN e que por acaso até do banco com que trabalhamos”, explicou, na altura, Fernando Ruas. O autarca disse ainda que foi possível travar a tempo o segundo pagamento no valor de 172 mil euros e que tinha esperança de rever algum dinheiro do primeiro pagamento no valor de cerca de 380 mil euros.
Ainda na segunda-feita foi conhecido mais um caso de fraude que envolveu uma autarquia. Neste caso, a Câmara de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, que foi burlada em mais de 142 mil euros no pagamento de faturas de refeições escolares.
Segundo o executivo, o caso que foi detetado em julho e envolveu o pagamento das refeições escolares para um Número de Conta Internacional do Banco (IBAN), que tinha sido alterado em março, com base numa comunicação por correio eletrónico fraudulento supostamente enviado pela prestadora do serviço à data.