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Leu bem, 100.000.000, é o número de pessoas em todo mundo estão neste momento deslocadas das suas habituais residências. Fugiram. Fugiram da violência, fugiram da constante violação dos Direitos Humanos, dos conflitos armados, das perseguições e mais recentemente por causa da invasão da Federação Russa à vizinha Ucrânia.
Este número foi avançado pelo Alto-Comissário para os Refugiados, Filippo Grandi, no conselho de segurança da ONU, realizado recentemente, alertou os líderes mundiais para o crescente número deslocados e de refugiados. Deste número também fazem parte os 8 milhões de deslocados internos na Ucrânia e também os mais de 6 milhões que fugiram do território ucraniano para outros países, dando assim inicio à maior crise de refugiados na Europa desde a segunda guerra mundial.
Mas nem só os conflitos armados e a guerra geram deslocados e refugiados. A crise climática não afeta só um país ou só um continente. A crise do clima afeta todo o planeta e já é responsável por mais de 8 milhões de deslocados e/ou refugiados. Também neste campo, o Banco Mundial chega à triste conclusão que só os deslocados internos vítimas das alterações climáticas, dentro de poucos anos, serão mais de 215 milhões. O leitor atento recordará, certamente, da devastação do ciclone IDAI que assolou Moçambique e número colossal de deslocados que gerou. A seca grave ou extrema e permanente, a subida do nível do mar e a subsequente queda de produção agrícola, gera fluxos migratórios com o objetivo de sobrevivência.
É, por conseguinte, fundamental que os países signatários do acordo de Paris, que passem, urgentemente, das intenções aos atos de modo a atingirem o desiderato a que se propuseram contrariando a tendência crescente dos números desastrosos referidos.
Bruno Pereira
Estudos Europeus • Direitos Humanos
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