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A Soenga e o barro negro de Molelos – recentemente reconhecido como Património Cultural Imaterial – estiveram recentemente em destaque na Expo Osaka. A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões fez um balanço positivo da sua participação na exposição mundial que decorre este ano na cidade japonesa, dizendo que a mesma “superou as melhores expetativas”.
A iniciativa marcou o arranque de um ciclo de dois anos de promoção internacional do património artesanal de Viseu Dão Lafões e que vai dar destaque à cerâmica de mesa.
Em Osaka, a Soenga e o barro de Molelos, tradições do concelho de Tondela, foram os grandes protagonistas do Pavilhão de Portugal durante dois dias e conquistaram os milhares de visitantes que passaram pelo espaço. A CIM apresentou a instalação artística e performativa “Tesouros Vivos de Viseu Dão Lafões”, criada especialmente para a Expo 2025 e que deu a conhecer ao público visitante a tradição oleira da região.
“Combinando artes tradicionais, design, gastronomia e audiovisual, a instalação recriou com rigor o ritual da Soenga, uma forma ritual de cozedura cerâmica comunitária ao ar livre, em que o barro é transformado pelas chamas e pelo tempo”, recorda a CIM Viseu Dão Lafões em comunicado.
O espaço cenográfico do Pavilhão de Portugal centrou-se numa escultura realista de um “castelo” de peças de barro negro de Molelos, envoltas em terra e cinzas. A escultura ficou rodeada de bancos de madeira tradicionais, enquanto uma curta-metragem era projetada nas paredes curvas da sala e transportava os visitantes para o saber-fazer da região.
Inicialmente prevista para apenas um dia, a recriação do ritual da Soenga na Expo 2025 foi alargada para dois, por sugestão do Turismo de Portugal, que reconheceu o “elevado valor artístico, cultural e turístico do projeto apresentado pela CIM”, acrescenta a comunidade intermunicipal.
A instalação incluiu ainda um mural fotográfico com 14 cartazes do fotógrafo Luís Belo a dar a conhecer as peças de artesanato mais identitárias de cada um dos municípios da CIM. Os visitantes receberam postais artísticos como recordação, levando consigo um pouco da identidade cultural da região.
A experiência também foi enriquecida pela degustação da vitela de Lafões, preparada pela equipa do chef Diogo Rocha e servida em tigelas de barro negro de Molelos. A iguaria integrou o menu principal do restaurante português na Expo Osaka.
“A adesão foi extraordinária e superou todas as nossas expetativas. Em dois dias, milhares de visitantes do Pavilhão de Portugal conheceram uma tradição da nossa região que é única no mundo. O entusiasmo e os elogios à autenticidade da experiência foram unânimes. Foi uma oportunidade única para afirmar o valor simbólico e económico do nosso património cultural”, diz o presidente da CIM, Fernando Ruas.
Também o secretário executivo Nuno Martinho destaca a adesão do público japonês à iniciativa da CIM. “A resposta foi extraordinária. Há no Japão uma profunda valorização da cerâmica e do saber-fazer ancestral, o que criou uma ligação imediata com a proposta de Viseu Dão Lafões. Acreditamos que esta presença irá traduzir-se em novos fluxos turísticos e oportunidades de mercado para os nossos artesãos”, afirma.
Nuno Martinho acredita ainda que, com esta iniciativa, provou-se ser “possível inovar a partir da tradição, promovendo a nossa cultura como motor de desenvolvimento e de afirmação internacional”.
A Expo 2025, que decorre até outubro em Osaka, deverá acolher mais de 28 milhões de visitantes de todo o mundo.