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Académico de Moimenta da Beira reflete sobre rádio, jornalismo e futuro em projeto europeu 

Projeto europeu liderado por académico do Instituto Politécnico da Guarda reúne rádios regionais e prepara nova fase com foco na inteligência artificial. Professor Handerson Aguiar fala sobre o apoio à rádio local e o futuro do jornalismo

Carolina Vicente | carolina.vicente@jornaldocentro.pt
 Académico de Moimenta da Beira reflete sobre rádio, jornalismo e futuro em projeto europeu - Jornal do Centro
17.05.25
fotografia: NEWAVES
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17.05.25
Fotografia: NEWAVES
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O projeto NEWAVES nasceu de uma iniciativa do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) com o objetivo de criar uma plataforma colaborativa para rádios locais de zonas de baixa densidade populacional em contexto europeu. Em entrevista, o professor Handerson Aguiar Engracio, docente e coordenador do projeto, explica como surge a ideia e os passos já concretizados nesta primeira fase que se aproxima do fim. Além disso, o professor ainda reflete sobre ‘o futuro do jornalismo’. 

“O projeto NEWAVES surgiu de uma iniciativa do Politécnico da Guarda. Nós fizemos uma série de candidaturas àquilo que são os projetos europeus que a Comissão Europeia financia”, começa por explicar o docente e coordenador do projeto.

Desde o início, a preocupação com as rádios locais foi uma prioridade para a presidência da instituição. “Uma das ideias, e sempre foi um dos motes e uma área muito querida ao nosso Presidente, o Professor Joaquim Brigas, que sempre nos falou ‘vamos trabalhar com as rádios locais, são muito importantes, é uma área essencial tanto para a instituição Politécnico como para o meio em que nos movimentamos’”.

A ideia concretizou-se com a criação de uma plataforma digital em que todas as rádios pudessem colaborar, pensada para responder às dificuldades das mesmas, como a escassez de recursos humanos, de financiamento e, por vezes, até de reconhecimento. “Principalmente em áreas de baixa densidade populacional como é a nossa, em que a rádio sempre teve um papel fundamental no que diz respeito a questões sociais, económicas, culturais e até questões da própria democracia”, diz Handerson Aguiar.

O professor relembra ainda o papel histórico que as rádios locais tiveram em Portugal: “As rádios locais foram fundamentais na propagação da ideia de democracia na década de 70 e 80. E, portanto, surgiu daí a ideia”.

O nome do projeto reflete essa ambição europeia e digital. “Tinha que ser um nome internacional, daí as ‘novas ondas sonoras’ que serão digitais se terem transformado em NEWAVES”.

Parcerias internacionais

A constituição da rede de parcerias internacionais surgiu à base da pesquisa e tentativa. O professor conta que “é um processo que tem algo de aleatório”. “Nós fizemos uma pesquisa das instituições, das empresas, das rádios e das universidades em zonas de baixa densidade em vários países europeus”.

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O docente e coordenador do projeto explica que “estas organizações, em particular, da Eslováquia, da Macedónia do Norte, da Croácia, foram aquelas que se mostraram imediatamente disponíveis e mandaram-nos a documentação e os parceiros. Foi com essas que começámos a trabalhar”.

Primeira fase do projeto

A primeira fase tem uma duração de dois anos (começou a 8 de junho de 2023) e está prestes a terminar, a 8 de junho do presente ano. Para já, o professor considera que o essencial foi alcançado. “Nós fizemos o mais difícil, na minha perspetiva. Conseguimos fazer um diagnóstico àquilo que são as necessidades das rádios locais em zonas de baixa densidade em vários países”.

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O diagnóstico identificou problemas comuns como a falta de financiamento, de formação e de profissionais jovens. Como resposta, foi criada a plataforma NEWAVES, “uma espécie de Spotify para as rádios locais, em que elas partilham conteúdos, áudios, experiências”, explica.

A plataforma já está disponível para subscrição gratuita. Além disso, foi também implementado um programa de formação para os profissionais de rádio. “Este programa de formação vai permitir aos profissionais de rádio ter mais ferramentas para eles próprios conseguirem melhorar a sua atividade, conseguirem angariar mais financiamento, e até experimentar novas formas de negócio, que é fundamental para a sobrevivência das rádios”.

Expansão e inteligência artificial na segunda fase

Está já submetida uma nova candidatura à Comissão Europeia com o objetivo de ampliar o alcance do projeto.

O docente do Instituto Politécnico da Guarda conta que “a segunda fase terá, se for aprovada, um financiamento bastante maior”. O financiamento atual é de 916 mil euros. O financiamento futuro para esta segunda fase “será de 2 milhões e meio”.

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Esta nova etapa vai incluir o desenvolvimento de funcionalidades com base em inteligência artificial (IA), com novos parceiros na Suécia, Espanha, Roménia e Itália. “Nós aqui trabalharemos muito com uma progressão na Inteligência Artificial e da forma como a IA vai ajudar as rádios e esta plataforma em particular”, acrescenta o coordenador do projeto.

Percurso profissional

Handerson Aguiar Engracio é docente no IPG, mas o seu percurso começou entre o jornalismo e a rádio. “Fiz a licenciatura na Universidade do Minho, e também um bacharelato prévio e depois outra licenciatura no Politécnico da Guarda, portanto estou em casa”, conta o professor.

Foi diretor do jornal regional Correio Beirão e colaborador voluntário na Rádio Riba-Távora em Moimenta da Beira, de onde é natural. “Eu era muito novinho, muito inexperiente, mas aceitei o desafio e comecei a trabalhar em jornalismo (tirei comunicação social)”, diz o professor.

“Foi aí que comecei a gostar da ideia e a sentir-me bem ao microfone”, acrescenta.

No início dos anos 2000, iniciou funções como docente na área da comunicação no IPG, com foco na rádio, e tem estado desde então ligado a projetos que envolvem rádios locais.

“Há um estúdio de rádio que nós inauguramos na altura, logo em 2002, onde me convidaram para ser uma espécie de coordenador de campo”. Fez depois mestrado e doutoramento e desenvolveu uma carreira académica paralela à sua experiência prática.

Rádio ou jornal?

Quando questionado sobre uma possível preferência entre jornalismo escrito e rádio, Handerson Aguiar admite uma ligação emocional maior ao meio radiofónico. “A emoção da rádio é maior. O jornalismo escrito é mais racional, na minha perspetiva”, diz o docente do IPG.

“Eu sentia-me francamente bem a fazer as duas coisas (…) Sentia mais emoção na rádio e sentia-me mais racional no jornalismo escrito”, reforça.

Quanto ao futuro do jornalismo

Sobre o futuro da profissão, Handerson Aguiar considera inevitável que se continue a discutir as transformações no setor. “É necessário. Na altura em que surgiu a internet falava-se no futuro do jornalismo (…) Depois veio outra vez o futuro do jornalismo, no caso da rádio em particular, em 2004, o podcasting (…) e os blogs”.

“Agora fala-se do futuro do jornalismo com inteligência artificial. ‘Será que o jornalista tem futuro, tendo em consideração que a pessoa pode fazer uma pesquisa e a inteligência artificial faz todo o trabalho?’”, questiona Handerson Aguiar. Contudo, rejeita a ideia do fim do jornalismo. O professor afirma: “o futuro do jornalismo sempre. O fim do jornalismo, na minha perspetiva, nunca”.

Sobre a confiança na área do jornalismo, reconhece as críticas, mas sublinha a persistência dos hábitos de consumo. “As pessoas dizem que não confiam nos jornalistas: ‘eles estão todos comprados’, mas continuam a ver o telejornal à noite, continuam a ouvir rádio de manhã (…) E continuam a consumir as páginas oficiais dos órgãos de comunicação social nas redes sociais”.

Mudanças na academia

O docente do IPG considera que a academia tem vindo a acompanhar as mudanças no setor e que projetos como o NEWAVES são uma forma eficaz de manter o ensino ajustado à realidade. “A academia, por norma, como é academia, tem que ir investigando sempre. Vai conseguindo trazer estas novidades antes até do mercado (…) Noutras ocasiões é ao contrário”.

“É por isso que estas ligações e este projeto em concreto, por exemplo, são tão fundamentais, porque o vosso feedback é fundamental”, acrescenta. Apesar dos desafios, acredita que o interesse pelo jornalismo se mantém vivo entre os mais jovens. “Há ainda na juventude uma enorme paixão pelo jornalismo (…) Nós vamo-nos adaptando, como vocês [profissionais] se vão adaptando, e ajudamo-nos mutuamente”.

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